Membros do MPL acusam polícia de obrigá-los a prestar depoimento
Integrantes do MPL (Movimento do Passe Livre) em São Paulo dizem que a Polícia Civil deu um "ultimato" para que os ativistas prestem depoimento na sede do Deic (departamento de investigações criminais) sobre os protestos violentos na cidade.
A convocação faz parte das investigações que apuram se houve crimes nos atos.
Nina Cappello, do MPL, afirmou que desde o ano passado os ativistas têm sido convocados para prestar depoimento. "Nós temos nos recusado a comparecer, sempre justificando a nossa posição constitucional de nos mantermos em silêncio", disse.
De acordo com a ativista, recentemente a polícia passou a adotar outra prática.
"O que aconteceu é que a polícia tem ido na casa com alguns integrantes do movimento dizendo que vai fazer uma condução coercitiva, que vai obrigar as pessoas irem para o Deic", afirmou.
Segundo a integrante do MPL, a polícia, usando viaturas, esteve na casa de cerca de dez pessoas entre a terça (27) e a quarta (28) dando um "ultimato" para que elas compareçam nesta sexta (30).
A Polícia Civil disse que não se pronunciará porque a investigação corre em segredo de Justiça.
Ela não disse se os intimados irão comparecer. Os depoimentos estão marcados para a delegacia de Fraudes Eletrônicas, dentro do Deic.
O Movimento do Passe Livre foi responsável por convocar os principais protestos do ano passado, que levaram milhares de manifestantes às ruas e derrubaram o aumento da tarifa de ônibus.
O grupo retornará às ruas no dia 19 de junho, em ato pela adoção da tarifa zero, principal bandeira do MPL.
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