PF prende executivo que movimentava conta de doleiro na Suíça
A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (1º) João Procópio Junqueira Pacheco de Almeida Prado, que trabalhava com o doleiro Alberto Youssef.
Documentos apreendidos pela PF durante a Operação Lava Jato apontam que Almeida Prado era beneficiário, junto com Youssef, de uma conta no banco PKB da Suíça, cujo saldo é de US$ 5 milhões, segundo autoridades daquele país.
Almeida Prado era o responsável pela movimentação dessa conta, de acordo com a força-tarefa do Ministério Público Federal que investiga o doleiro e desvios de recursos da Petrobras.
Os US$ 5 milhões foram bloqueados pelas autoridades suíças por causa da suspeita de que essa conta teria recebido recursos desviados da Petrobras.
A prisão do auxiliar do doleiro ocorreu em São Paulo. Ele já havia sido indiciado pela PF por formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e falsidade ideológica.
Almeida Prado é acusado de ser laranja de Youssef na Quality, empresa que fez negócios com a Labogen, laboratório que obteve uma parceria de R$ 31 milhões com o Ministério da Saúde.
A PF também fez buscas no escritório da Queluz Participações, que representa o banco PKB em São Paulo, na alameda Santos, nos Jardins (zona sul).
Além da conta de Youssef, a Suíça bloqueou seis outras, cujo controle é atribuído a ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, com US$ 23 milhões _o que Costa nega.
A Polícia Federal sustenta que o ex-diretor da Petrobras superfaturou contratos durante a construção da refinaria Abreu e Lima e o sobrepreço dos contratos teria retornado a Costa por meio do doleiro. Empresas contratadas ou subcontratadas para fazer a refinaria fizeram pagamentos a empresas fantasmas de Youssef. Como a empresa não existe, a Justiça já apontou em mais de uma decisão que se trata de pagamento de propina.
Costa negou enfaticamente, em entrevista à Folha no dia 1º de junho, que os contratos tenham sido superfaturados. Segundo ele, o sistema de licitação da Petrobras impede esse tipo de manobra.
Youssef está preso desde 17 de março, sob acusação de comandar um esquema de lavagem de dinheiro que teria movimentado R$ 10 bilhões. Costa voltou a ser preso em 11 de junho, após a Suíça ter informado ao Brasil que ele tinha US$ 23 milhões naquele país.
A Folha não conseguiu localizar o advogado de Almeida Prado nem do escritório que representa o banco suíço em São Paulo.
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