Marina diz que 'não tinha informação de ilegalidade' sobre avião de Campos
Reprodução/TV Globo | ||
A presidenciável Marina Silva (PSB), em entrevista ao Jornal Nacional |
A candidata do PSB à Presidência da República, Marina Silva, afirmou nesta quarta-feira (27) que "não tinha nenhuma informação quanto a qualquer ilegalidade" referente aos proprietários do avião utilizado por Eduardo Campos em 13 de agosto, dia do acidente aéreo que o matou em Santos (SP).
Em entrevista ao "Jornal Nacional", da TV Globo, Marina garantiu que a aeronave havia sido emprestada por empresários à campanha do PSB ao Palácio do Planalto e que o ressarcimento seria feito "no prazo legal estabelecido pela Justiça Eleitoral". "Uma coisa eu te digo, a forma como o serviço estava sendo prestado era esse do empréstimo", declarou.
A Polícia Federal investiga, a pedido da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), as razões da queda do avião, mas apura também por que o real dono e o operador da aeronave eram diferentes. O jato era usado pela campanha de Campos desde maio e uma hipótese dos policiais é que ele foi comprado com recursos de caixa dois de empresários ou do PSB.
Marina explicou que existem três formas de fazer a prestação de contas da campanha - pelo partido, pelo comitê financeiro do candidato, ou pelo comitê financeiro da coligação. "Nesse caso, seria feito pelo comitê do candidato", disse. As despesas com o jato não apareceram na primeira prestação de contas da campanha do PSB ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Após dar as respostas, Marina foi questionada sobre qual seria a diferença entre a postura que havia adotado ao falar do caso e a de políticos em geral quando confrontados com denúncias. "O meu compromisso é com a verdade. A verdade não virá apenas pelas mãos do partido e nem apenas pela investigação da imprensa, que respeito, ela terá que ser aferida pela investigação da Polícia Federal e isso não tem nada a ver com querer tangenciar ou se livrar do problema".
CONSTRANGIMENTO
A candidata chegou a confrontar os jornalistas William Bonner e Patrícia Poeta, dizendo que o primeiro não estava "trabalhando com os fatos" e que a segunda "tem um certo desconhecimento do que é ser senadora vindo da situação que vim".
Em relação ao seu candidato a vice, deputado federal Beto Albuquerque (PSB-RS), que votou a favor do cultivo da soja transgênica e das pesquisas com células-tronco embrionárias, Marina afirmou que "a nova política sabe trabalhar com diferenças" e classificou como "lenda" sua posição contra os transgênicos.
"Há uma lenda de que eu sou contra os transgênicos, mas isso não é verdade. Sabe o que eu defendia quando era ministra do Meio Ambiente? Um modelo de coexistência: área de transgênico e área livre de transgênico. Infelizmente, no Congresso Nacional, não passou a proposta do modelo de coexistência"
Nesse momento, Bonner disse que não estava claro por que a "união de opostos" da chapa não representava "a velha política". Marina, então, respondeu mais rispidamente. "Não está claro para você mas vou deixar claro para o telespectador" e terminou dizendo que tem visões diferentes das do aliado, mas que os dois estiveram juntos para a aprovação de "medidas importantes" para o meio ambiente.
AUDIÊNCIA
Segundo prévia do Ibope, a entrevista de Marina no "JN" teve 18,7 pontos, mesmo índice registrado por todo o telejornal nesta quarta. Cada ponto corresponde a 65 mil domicílios na Grande São Paulo.
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O QUE DISSE MARINA SILVA
AVIÃO
"Nós tínhamos a informação de que o avião era um empréstimo e que depois teríamos o ressarcimento pelo comitê financeiro"
"Esse é um discurso [da nova política] que eu tenho utilizado em todas as situações, e não como retórica. Como desejo que as investigações de fato aconteçam"
"Eu não uso de dois pesos e duas medidas. A regra que eu uso com meus adversários, eu uso primeiro comigo"
REELEIÇÃO
"Serei a primeira presidente que não vai buscar uma nova eleição"
VOTAÇÃO NO ACRE
"É muito difícil ser profeta em sua própria terra. Às vezes a gente tem que confrontar os interesses"
"Acho que talvez você não conheça minha história. Não sou filha de político tradicional, de empresário"
DIFERENÇAS COM VICE
"Nós somos diferentes e a nova política sabe trabalhar na diversidade"
"Essa história de que a Marina é intransigente não é tão verdade assim"
Livraria da Folha
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