Militar diz que 'não irá colaborar com o inimigo' e falta à audiência na CNV
Convocado para depor nesta segunda-feira (8) na Comissão Nacional da Verdade para tratar do período da ditadura militar (1964-1985), o tenente da reserva José Conegundes do Nascimento respondeu que não iria comparecer porque "não [colabora] com o inimigo".
Em resposta escrita, Conegundes afirmou ainda para os integrantes da Comissão: "se virem".
Conegundes combateu esquerdistas na Guerrilha do Araguaia (1972-1974), implantada pelo PC do B com o objetivo de formar, com a infiltração gradual de militantes armados e integrados à comunidade local, uma área militarizada na região que hoje abrange o norte do Tocantins e o sudeste do Pará.
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Convocado para depor, o tenente da reserva respondeu: "não vou comparecer. Se virem" |
O plano foi descoberto e a guerrilha foi dizimada pelo Exército –com a participação de Conegundes– em três operações entre 1972 e 1974.
Ele era um dos cinco militares esperados na Comissão da Verdade em depoimentos marcados para esta segunda. Três apresentaram atestados médicos, incluindo o coronel da reserva Sebastião Rodrigues de Moura, o Curió, um dos chefes da repressão aos esquerdistas na Guerrilha do Araguaia.
É a segunda vez que Curió alega problemas de saúde para não comparecer à Comissão da Verdade.
Apenas um militar compareceu: o general de brigada Ricardo Agnese Fayad. Instruído pelo advogado, não deu declarações. Outros quatro militares foram convocados para depor terça-feira (9).
A Comissão Nacional da Verdade promete trazer um capítulo sobre o a Guerrilha do Araguaia no relatório final que deve ser divulgado em 10 de dezembro deste ano.
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