Polícia Federal realiza buscas em sedes de empreiteiras; executivos são presos
Em nova fase da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e desvios de dinheiro, a Polícia Federal realizou nesta sexta-feira (14) buscas em grandes empreiteiras e cumpriu 85 mandados de prisão ou de busca e apreensão contra executivos e outros investigados.
A operação realizou mandados de busca e apreensão e prisões de executivos e empresários nas sedes das empresas Camargo Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa. As empresas envolvidas têm contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.
Essas empresas têm contratos que somam R$ 59 bilhões com a Petrobras, considerando o período de 2003 a 2014. Segundo as investigações, parte desses contratos se destinava a "esquentar" o dinheiro que irrigava o caixa de políticos e campanhas no país.
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque foi preso no Rio.
Foram emitidos mandados de prisões preventivas e temporárias contra 27 pessoas, dos quais 18 já foram cumpridos; e 9 de condução coercitiva -quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente-, dos quais 6 já foram feitos.
Foram bloqueados R$ 720 milhões dos executivos investigados, até o limite de R$ 20 milhões por pessoa. Não houve bloqueio das contas das empresas, para não prejudicar a saúde financeira delas.
Nenhum político foi preso na operação. Ao todo, 300 policiais participam da ação, que acontece em São Paulo, Paraná, Rio, Pernambuco, Minas e no Distrito Federal.
Em São Paulo, estão sendo cumpridos 29 mandados de busca, 17 de prisão e mais 9 de condução coercitiva –quando a pessoa é levada para prestar depoimento obrigatoriamente.
Outros 11 mandados de busca e 6 de prisão são cumpridos no Rio. No Paraná, são 2 de busca e 1 de prisão. No DF, mais 1 de busca e 1 de prisão. Em Minas e Pernambuco, são cumpridos 2 mandados de busca em cada Estado.
Segundo a PF, os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
PRISÕES
As prisões atingiram a cúpula das empreiteiras.
Entre outros, foram presos o presidente da da OAS, José Aldemário Pinheiro Filho, e o diretor-superintendente para a área de petróleo e gás da empreiteira, Agenor Medeiros. A PF prendeu também o presidente da UTC/Constran, Ricardo Pessoa e o vice da Engevix, Gerson Almada.
O empresário Newton Prado Júnior, diretor técnico da empresa Engevix, foi preso no aeroporto do Recife quando embarcava para São Paulo.
A polícia tenta localizar o lobista Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano. Ele é apontado como o ponto de ligação entre o PMDB e o esquema de corrupção na Petrobras. Seu nome entrou nesta sexta na lista de procurados da Interpol e do sistema nacional de procurados e impedidos.
Para realizar buscas, ao menos 12 pessoas, entre policiais e membros da Receita Federal, chegaram, por volta das 6h20, no edifício da Camargo Corrêa, na avenida Faria Lima, em São Paulo. Cinco carros entraram pela garagem e três agentes da PF permanecem na porta do prédio, controlando a entrada.
Adriano Vizoni/Folhapress | ||
![]() |
||
Agentes da Polícia Federal e da Receita chegam ao escritório da construtora Camargo Corrêa, em SP |
Colaboraram MARIO CESAR CARVALHO, LUCAS FERRAZ, FLÁVIO FERREIRA, NATUZA NERY, SAMANTHA LIMA, GABRIEL MASCARENHAS, RUBENS VALENTE e ALEXANDRE ARAGÃO
Livraria da Folha
- Box de DVD reúne dupla de clássicos de Andrei Tarkóvski
- Como atingir alta performance por meio da autorresponsabilidade
- 'Fluxos em Cadeia' analisa funcionamento e cotidiano do sistema penitenciário
- Livro analisa comunicações políticas entre Portugal, Brasil e Angola
- Livro traz mais de cem receitas de saladas que promovem saciedade