Ex-diretor da Petrobras, Renato Duque é preso pela PF no Rio
Márcia Foletto/Agência O Globo | ||
O ex-diretor de serviços da Petrobras Renato Duque chega à sede da Polícia Federal no Rio |
O ex-diretor de Serviços da Petrobras Renato Duque foi preso pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (14) durante nova fase da Operação Lava Jato, que investiga crimes de lavagem e desvio de dinheiro envolvendo a estatal.
Duque é apontado por procuradores e policiais como o principal operador do PT nos desvios da Petrobras. Segundo o ex-diretor da Petrobras Paulo Roberto Costa, a diretoria de Duque repassava 3% dos contratos que assinava para o PT. A diretoria de serviços cuidava dos projetos de engenharia e das licitações de obras que foram superfaturadas, segundo o Tribunal de Contas da União, como a refinaria Abreu e Lima e o Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro).
Indicado ao cargo pelo então ministro Chefe da Casa Civil, José Dirceu, ele ocupou a diretoria de serviços da Petrobras entre 2003 e 2012. Foi demitido com Paulo Roberto Costa pela presidente Dilma.
O nome de Duque como integrante do grupo que comandava os desvios foi citado por dois delatores, pelo menos: Paulo Roberto Costa e pelo executivo Julio Camargo, da Toyo Setal.
Os advogados do ex-diretor da Petrobras dizem que seu cliente que foi detido "temporariamente" para "averiguações", conforme apurou a Folha.
Duque, que comandou a diretoria de serviços da estatal, foi preso nesta manhã pela Polícia Federal na Operação Lava Jato. Ele é suspeito de ter recebido propina de fornecedores da empresa e repassado a políticos.
Segundo nota distribuída pela assessoria do ex-diretor, "os advogados desconhecem qualquer acusação" contra ele e "vão adotar as medidas cabíveis para restabelecer a legalidade".
Eles afirmam que ainda não há inquérito instaurado contra o ex-diretor. Duque foi preso no Rio de Janeiro, onde vive com a família, e está sendo transferido para Curitiba, sede das investigações.
LAVA JATO
Em nova fase da Operação Lava Jato, que investiga esquema de lavagem e desvios de dinheiro, a Polícia Federal realiza nesta sexta-feira (14) buscas em grandes empreiteiras e cumpriu 85 mandados de prisão ou de busca e apreensão contra executivos e outros investigados.
A operação realizou mandados de busca e apreensão e prisões de executivos e empresários nas sedes das empresas Camargo Corrêa, OAS, Odebrechet, UTC, Queiroz Galvão, Engevix, Mendes Júnior, Galvão Engenharia e Iesa. Essas empresas têm contratos de R$ 59 bilhões com a Petrobras.
Foram bloqueados R$ 720 milhões dos executivos investigados, até o limite de R$ 20 milhões por pessoa. Não houve bloqueio das contas das empresas, para não prejudicar a saúde financeira delas.
Ao todo, 300 policiais participam da ação, que acontece em São Paulo, Paraná, Rio, Pernambuco, Minas e no Distrito Federal.
Segundo a PF, os envolvidos responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de organização criminosa, formação de cartel, corrupção, fraude à Lei de Licitações e lavagem de dinheiro.
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