Protesto contra terceirização teve 8 feridos, diz Câmara; 2 são deputados
Um balanço preliminar divulgado pela Câmara informou nesta terça-feira (7) que o protesto contra o projeto que trata da regulamentação da terceirização no país tem três manifestantes, dois deputados, dois policiais e um visitante feridos.
Por conta da tentativa de invasão da Câmara, quatro manifestantes foram conduzidos para o Departamento de Polícia Legislativa, onde prestam depoimento. Eles não foram identificados.
De acordo com a assessoria da Câmara, dois manifestantes foram levados para o Hospital Regional da Asa Norte.
Nelson Camezin, do Sindicato dos Bancários de São Paulo, teve um corte na testa. Aurimar Cordeiro sofreu cortes na mão e na perna. Cláudio Luiz Silva Souza teve um corte no rosto, mas foi atendido na Câmara.
Ligado ao movimento sindical, o deputado Vicentinho (PT-SP) está no departamento médico realizando exames por conta do gás de pimenta. Lincoln Portela (PR-MG) levou um soco na boca e pontapés.
Um visitante também passou mal por causa do spray de pimenta. No confronto, um policial militar teve um corte no rosto e outro agente ficou com um corte na orelha.
CUNHA
O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), os manifestantes de serem os responsáveis pelo confronto com a Polícia Militar e a Polícia Legislativa que deixou pelo menos oito pessoas feridas, além de causar danos materiais.
O peemedebista disse ainda ter fotos e vídeos de congressistas incitando a multidão contra a polícia. "Parlamentares que incitaram a multidão a invadir ou agredir foram devidamente fotografados, filmados, e serão remetidos à Corregedoria. E haverá sanções. (...) Que vai ter sanção de suspensão, vai", afirmou Cunha.
Um dos deputados que esteve na manifestação foi Orlando Silva (PC do B-SP), ex-presidente da União Nacional dos Estudantes. Ele negou que tenha havido incitação à violência e acusou a Polícia Militar de despreparo.
"A polícia foi provocativa, estava despreparada. E o presidente da Câmara erra ao fazer o tensionamento. Não pode ordenar que evacuem a Câmara de forma indiscriminada. Não pode os rapazes entrarem com a camisa do sindicato, mas eu vi vários engravatados entrando sem problema. Atitudes como essa vão isolar ainda mais o Congresso", afirmou Orlando Silva.
Os protestos desta terça-feira foram organizados pela CUT (Central Única dos Trabalhadores), entre outras entidades, contra a votação do projeto que libera as terceirizações no país.
"Cada vez que há uma pressão dessa, exercida de forma indevida, o Congresso tem que responder votando, temos que ter o direito de exercer a representação. Protestos são legítimos, agora quando parte para a agressão, para o baixo nível, para a depredação, como ocorreu aqui hoje, o Congresso tem que reagir votando. Quanto mais agridem, mais dá vontade de votar", disse Cunha.
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