Presa na BA, assessora de Argôlo trabalhou com filho de ex-ministro
Presa pela Polícia Federal na manhã desta sexta-feira (10) na 11ª fase da Operação Lava Jato, Elia Santos da Hora –apontada como secretária do ex-deputado federal Luiz Argôlo (SD)– trabalhou por dois anos para o filho de outro suspeito de envolvimento no esquema, na Assembleia Legislativa da Bahia.
De 11 de abril de 2013 até o último dia 31 de janeiro, Elia foi secretária parlamentar do então deputado estadual e hoje federal Mário Negromonte Jr (PP), filho do ex-ministro das Cidades Mário Negromonte. Apesar de ser do Solidariedade, Argôlo também era filiado a PP quando foi apontado como envolvido na corrupção da Petrobras.
A funcionária recebia um salário mensal de R$ 8.000, um dos mais altos na estrutura salarial da Assembleia Legislativa, e só foi exonerada com o encerramento do mandato do deputado pepista.
Ela não chegou a ser nomeada para trabalhar no novo gabinete do deputado na Câmara dos Deputados, em Brasília.
O ex-deputado Argôlo também foi detido na manhã desta terça pela Polícia Federal. Foram realizadas operações de busca e apreensão nas casas dele, de sua secretária e no escritório político do ex-deputado.
O deputado federal Mário Negromonte Jr foi procurado pela Folha na manhã desta terça para comentar o assunto, mas estava com o celular desligado. O deputado também não foi localizado por sua equipe da Câmara dos Deputados.
Fotomontagem | ||
Os ex-deputados André Vargas (sem partido), Luiz Argolo (SD-BA) e Pedro Corrêa (PP-PE) |
ANDRÉ VARGAS
A PF também prendeu nesta sexta o ex-deputado André Vargas (ex-PT-PR e hoje sem partido) e outras quatro pessoas. Também houve ordem de prisão contra o ex-deputado Pedro Corrêa (PP-PE), que já estava preso em Pernambuco por condenação no processo do mensalão. Foi encaminhado ofício para o presídio para que ele seja transferido para a PF em Curitiba.
As prisões fazem parte da 11ª fase da Operação Lava Jato, que investiga o esquema de corrupção na Petrobras e que, a partir de agora, também apura crimes na Caixa Econômica Federal e no Ministério da Saúde.
Intitulada "A Origem", essa nova tem como foco crimes relacionados a três grupos de ex-agentes políticos após o envio de inquéritos que estavam no STF (Supremo Tribunal Federal).
Os outros detidos são Leon Vargas, irmão de André Vargas, Ivan Torres, apontado como laranja de Corrêa, e Ricardo Hoffmann, vice-presidente e diretor-geral da agência de publicidade Borghi/Lowe em Brasília.
Além dos sete mandados de prisão, a PF cumpriu 9 de condução coercitiva -entre eles de Márcia Danzi Corrêa de Oliveira, nora do ex-deputado Pedro Corrêa- e 16 de busca e apreensão. A ação ocorreu no Distrito Federal e em seis Estados (São Paulo, Paraná, Rio de Janeiro, Bahia, Pernambuco e no Ceará).
Márcia chegou à sede da PF no Recife (PE) acompanhada pelo marido, Fábio Corrêa Neto –filho do ex-deputado–, prestou depoimento e já foi liberada. O apartamento do casal foi alvo de busca e apreensão, assim como a residência do ex-deputado.
Ex-funcionário de Corrêa, Jonas Aurélio de Lima Leite prestou depoimento na sede da PF em Caruaru (135 km do Recife) e foi liberado. Ele também teve a casa foi vasculhada por agentes da PF.
Um imóvel de alto padrão em Londrina (PR) foi sequestrado.
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