Paes defende secretário agressor e diz que não busca 'homem perfeito'
Alexandre Cassiano/Agência O Globo | ||
Entrevista na quinta (12) com o secretário Pedro Paulo e Alexandra, ex-mulher, que foi agredida |
Em ritmo de campanha eleitoral, o prefeito do Rio, Eduardo Paes (PMDB), reafirmou neste domingo (15) seu apoio ao secretário-executivo municipal, Pedro Paulo Carvalho, como candidato à sua sucessão.
Pedro Paulo confirmou na semana passada duas agressões à sua ex-mulher, Alexandra Mendes Marcondes, após negá-las inicialmente.
"Não estou buscando um homem perfeito. Quero um candidato que governe bem a cidade. E o meu candidato a prefeito é o secretário e deputado Pedro Paulo", afirmou Paes, durante inauguração de uma Clínica da Família em Campo Grande, na zona oeste do Rio.
Em entrevista ao jornal "O Globo" deste domingo, Paes afirmou que as agressões são assunto da vida privada de seu secretário. "Não estamos falando algo da dimensão pública dele. Na dimensão pública, ele é o quadro mais preparado para assumir essa função."
O prefeito comparou a situação de Pedro Paulo à do ex-ministro do STF Joaquim Barbosa. "Ele tinha um caso de agressão à sua ex-mulher. Isso é da vida pessoal dele e não atrapalhou a nomeação dele para o Supremo e seu desempenho."
Ricardo Cassiano/Divulgação/Prefeitura do Rio | ||
Eduardo Paes participa da detonação de um dos túneis da Transolímpica, na zona oeste do Rio |
MESTRADO INEXISTENTE
Paes também comentou, de modo irônico, a reportagem publicada no sábado (14) pelo jornal "O Dia", que informava que Pedro Paulo incluiu em seu currículo, apresentado em seu site oficial, um mestrado feito na Universidade Federal Fluminense, o que foi negado pela instituição. Ele teria feito parte do curso, mas sem concluí-lo.
"Soube que ele repetiu em química e também me contou ontem que tirou nota vermelha em física. Você não sabe quantas vezes repeti em física e, se colei em alguma prova, mesmo assim estou aqui sendo um bom prefeito, isso que importa."
O prefeito também afirmou que o senador Romário (PSB), cotado como possível candidato à prefeitura e que negocia seu apoio a Pedro Paulo, foi convidado a participar da equipe de governo em caso de vitória do atual secretário.
"Ele é um craque, mas me disse que não quer sair do Senado. Acho que é muito importante se pudermos ter o apoio dele. É um cara que renovou e inovou na política. Ele deu a honra de me apoiar em 2008 e 2012, se puder contar com o apoio dele, será excepcional."
TERRORISMO NA RIO-2016
Paes também disse ter conversado com a prefeita de Paris, Anne Hidalgo, no sábado (14), um dia após os atentados na capital da França. O prefeito afirmou que os ataques terroristas foram "um crime contra uma civilização" e afirmou não temer ataques deste tipo durante a Rio-2016.
"Não acho que o Brasil é um país que seja alvo, mas é óbvio que temos que estar atentos pelas loucuras que acontecem. É assustador ter esse tipo de coisa acontecendo. Não acho que seja um atentado contra a cidade ou contra um país. É um atentado contra uma civilização, contra uma visão mais humana e a capacidade de diálogo."
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