Grupo ligado a Alckmin revoga adiamento de prévias do PSDB
Vinte e quatros horas depois de o diretório municipal do PSDB de São Paulo decidir adiar para 30 de abril o segundo turno das prévias que definirão o candidato do partido à Prefeitura paulistana, a Executiva estadual, controlada pelo governador Geraldo Alckmin, interveio para revogar a decisão.
Por 18 votos a 2, a direção estadual decidiu, na noite desta quinta-feira (17), para manter o pleito no próximo domingo (20).
"O adiamento só complicaria. Vamos para frente. É preciso respeitar o voto da militância", disse o deputado Pedro Tobias, presidente estadual do PSDB.
Na noite da última quarta (16), um pedido do vereador Andrea Matarazzo solicitando o adiamento do pleito foi acatado pelo diretório municipal do partido, em votação apertada. Foram seis votos a favor da proposta e cinco contrários.
"Com esta decisão da executiva estadual, o PSDB fica cada vez mais distante de suas teses mais caras. O uso da máquina pública, a compra de votos e o abuso do poder econômico estão vencendo essas prévias. A deslealdade e todas as ilicitudes cometidas são uma vergonha para a nossa história partidária. Vamos conversar com nossos apoiadores para avaliar os próximos e decisivos passos", afirmou Matarazzo.
O vereador, que disputa a eleição interna com o empresário João Doria, apadrinhado por Alckmin, usou o argumento de que não seria legítimo realizar o segundo turno antes de o partido analisar a impugnação da candidatura de Doria.
Matarazzo e seus aliados acusam o empresário de abuso de poder econômico, propaganda irregular, transporte de eleitores no dia da votação do primeiro turno e infrações da lei da Cidade Limpa.
Na semana passada, o ex-governador Alberto Goldman e o presidente do Instituto Teotônio Vilela, José Aníbal, autores da representação contra o empresário, anexaram ao processo um pen-drive com fotos e vídeos que comprovariam supostas irregularidades cometidas pelo empresário durante o pleito.
O processo está sendo analisado pelo diretório municipal do partido e só seria analisado depois do dia 20. Doria nega ter cometido irregularidades e deve apresentar sua defesa nos próximos dias.
Caso seja impugnado, o segundo turno seria disputado entre Matarazzo e o deputado federal Ricardo Tripoli, que ficou em terceiro lugar na primeira etapa.
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