Jucá diz que Dilma tenta desequilibrar Orçamento com novas despesas
Pedro Ladeira - 5.abr.16/Folhapress | ||
O senador Romero Jucá (PMDB-RR) fala na tribuna do Senado |
Cotado para o comando do Ministério do Planejamento em uma eventual gestão de Michel Temer, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) criticou nesta segunda-feira (2) o pacote de bondades anunciado pela presidente Dilma Rousseff e acusou o governo federal de tentar desequilibrar o Orçamento da União.
Na chegada a reunião com o vice-presidente, para avaliar os impactos das medidas anunciadas neste domingo (1º), o senador considerou que qualquer "ação de vingança" da gestão petista estará sendo feita não apenas contra uma eventual administração interina, mas contra a população brasileira.
"Lamentavelmente, o governo federal perdeu o parâmetro de qualquer conta e está executando despesas em uma tentativa de desequilíbrio do Orçamento. Ampliar o desequilíbrio da economia do país é prejudicar as pessoas. Na hora que o Orçamento é deficitário, isso impacta o nível do desemprego", criticou.
Neste domingo, a presidente anunciou aumento médio de 9% nos benefícios do Bolsa Família e reajuste de 5% na tabela do Imposto de Renda. A medida foi tomada a pouco mais de uma semana do julgamento em plenário do Senado Federal sobre a admissibilidade do pedido do impeachment, o que poderá manter a petista afastada do cargo por até 180 dias.
Na chegada ao encontro com Temer, o peemedebista Eliseu Padilha, cotado para assumir a Casa Civil, concordou com a avaliação do secretário do Tesouro Nacional, Otávio Ladeira, segundo o qual não há espaço para novos gastos sem uma revisão da meta fiscal para 2016.
"São [despesas] absolutamente impossíveis", criticou Padilha.
O governo federal enfrenta uma das piores crises fiscais da história recente. Apenas nos três primeiros meses do ano, o rombo já alcança R$ 18 bilhões, mesmo com a receita extra de R$ 11 bilhões oriunda da venda de hidrelétricas no final de 2015.
Além dos dois peemedebistas, participam da reunião com Temer os ex-ministros Henrique Meirelles (Banco Central), Henrique Alves (Turismo) e Geddel Vieira Lima (Integração Nacional).
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