Intolerância com a corrupção precisa continuar, diz Sergio Moro
Paulo Lisboa/Folhapress | ||
O juiz federal Sergio Moro durante seminário em Curitiba (PR) |
Na véspera da votação do impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado, o juiz Sergio Moro, que conduz os processos da Lava Jato em primeira instância em Curitiba, afirmou que o país deve continuar intolerante com esquemas de corrupção em órgãos públicos.
A declaração foi dada na noite desta quarta-feira (11) em Maringá (noroeste do Paraná), durante simpósio para comemorar os 50 anos do curso de direito da UEM (Universidade Estadual de Maringá), onde Moro fez sua graduação.
Em sua palestra, gravada pela RPC, filiada da TV Globo, Moro diz ser momento de apaziguar os ânimos, mas ressaltou a necessidade de manter a luta contra a corrupção.
"É importante num momento político talvez conturbado que nós pensemos essas questões apartidariamente e com espírito de tolerância. Vários têm dito que é necessário apaziguar o país, e eu concordo com isso", afirmou Moro.
Segundo o juiz, é necessário tratar as questões políticas "com racionalidade, sem ódio no coração". "Mas podemos, devemos continuar sendo intolerantes em relação a esses esquemas de corrupção sistêmica".
A participação de Moro no evento ocorreu exatamente no momento em que o Senado votava o parecer pela admissibilidade de impeachment da presidente.
A votação, que se estendeu pela madrugada, terminou às 6h30 desta quinta-feira (12), com o parecer aprovado e o consequente afastamento de Dilma, assumindo como presidente interino o vice Michel Temer (PMDB).
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