MTST ocupa prédio da Presidência em São Paulo; PM usa bomba contra ato
Integrantes do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem Teto) ocuparam nesta quarta (1º), por volta das 14h30, o hall do prédio onde se localiza o escritório da Presidência da República em São Paulo. O grupo também montou acampamento em frente ao edifício.
A manifestação se iniciou por volta das 14h15 como um ato no vão-livre do Masp, na avenida Paulista, contra medidas do governo do presidente interino, Michel Temer (PMDB).
Às 16h30, houve confusão com a PM, que soltou diversas bombas de efeito moral, gás de pimenta e correu atrás de manifestantes na Paulista com cassetete. A PM deteve seis pessoas. No local, um policial disse que houve "desobediência".
A confusão começou no canteiro central da avenida, depois que um manifestante disparou um rojão para o alto –diversos fogos de artifício já haviam sido soltos desde o início do ato. Em meio às bombas, uma cabine da PM foi derrubada pelos manifestantes. Por volta das 17h, a confusão já havia acabado.
MINHA CASA, MINHA VIDA
O protesto, com centenas de integrantes do movimento, é contra a suspensão de contratações de moradias do programa Minha Casa, Minha Vida.
No último dia 17, o ministro das Cidades, Bruno Araújo (PSDB), suspendeu um despacho da presidente afastada, Dilma Rousseff, que autorizava a contratação de até 11.250 moradias para famílias da faixa 1 de renda (até R$ 1.800 mensais).
O ato também é contra a ação da Polícia Militar que, no domingo retrasado, retirou os sem-teto das proximidades da casa de Temer, em São Paulo.
"Não é com bomba e blindado com jato d'água que vão parar a luta", disse Guilherme Boulos, coordenador do movimento.
Os sem-teto caminharam pela Paulista no sentido Consolação do Masp até o prédio da Presidência. A via ficou bloqueada na altura da rua Augusta, no sentido Paraíso, durante boa parte da tarde.
Boulos disse que o MTST está sem interlocução com o governo –o que dificulta a resolução do impasse. Por isso, a expectativa é que o acampamento na Paulista dure muitos dias.
O local foi escolhido porque, na avaliação do movimento, se os manifestantes pró-impeachment acampam há meses em frente à sede da Fiesp, a poucas quadras dali, a polícia não terá justificativa para retirar os sem-teto à força, como foi feito perto da casa de Temer.
SSP
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo afirmou que "foi necessária intervenção policial" porque manifestantes "não atenderam às ordens policiais e reagiram".
Segundo a pasta, seis pessoas foram presas por "dano, desacato e periclitação da vida".
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