Jucá diz que Yunes 'pediu para sair', mas seguirá colaborando com governo
Pedro Ladeira -23.mai.2016/Folhapress | ||
O ex-ministro do Planejamento e senador Romero Jucá (PMDB-RR) |
Líder do governo no Congresso, o senador Romero Jucá (PMDB-RR) afirmou nesta quarta-feira (14) que o agora ex-assessor presidencial José Yunes "pediu para sair" diante de um assunto que pode "constranger" o Planalto mas que ele continuará colaborando no processo político.
"Na hora que surge qualquer assunto que pode constranger o governo ou o presidente, como ele [Yunes] tem posição de independência, pediu para sair, mas continuará ajudando", disse Jucá após participar de almoço com o presidente Michel Temer.
Yunes pediu demissão nesta quarta após ter seu nome envolvido na delação de um ex-executivo da Odebrecht, que afirma que o amigo de Temer recebeu dinheiro em seu escritório em São Paulo, em 2014, após um acerto com o PMDB que traria benefícios à empreiteira.
Após o pedido de demissão de Yunes, Temer convocou uma reunião no Planalto com Jucá e seus dois principais auxiliares, Moreira Franco, secretário de Parcerias e Investimentos, e Eliseu Padilha, ministro da Casa Civil. Os três também foram citados na delação do ex-executivo da Odebrecht e, assim como Yunes, negam ter cometido qualquer irregularidade.
Jucá, porém, afirmou que a reunião não teve caráter emergencial para tratar da crise em que se encontra o governo e que o assunto tratado foi o calendário de votações no Congresso nesse fim de ano.
Ainda de acordo com o senador, Padilha e Moreira não pedirão demissão por conta de "pressões indevidas" que tentam "desestabilizar o governo".
Após a saída de Yunes, intensificaram-se os rumores de que Padilha e Moreira também entregariam suas cartas de demissão, o que foi desmentido por ambos.
"Não é qualquer pressão indevida ou tentativa de desestabilização do governo que vai levar o presidente a mudar o ministério sem querer. Ele vai mudar o ministério quando entender que deve, no momento que deve", completou o Jucá.
VAZAMENTOS
O senador disse ainda que o governo não tentará impedir as investigações da Operação Lava Jato após o vazamento do conteúdo de delações que atingiram Temer e a cúpula do PMDB.
Segundo ele, o Planalto "cobra" que o Ministério Público apresente provas e "tire a suspeição generalizada da classe política".
"Não é possível que fique se vazando criminosamente toda semana uma coisa para tentar desestabilizar o governo", disse Jucá.
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