Conheça diferenças e coincidências entre as 'delações do fim do mundo'

Crédito: Danilo Verpa/Folhapress SAO PAULO - SP - 13.02.2017 - Entrevista Joesley Batista, dono da JBS, durante entrevista a Folha na sede da empresa em Sao Paulo. (Foto: Danilo Verpa/Folhapress, MERCADO) ***EXCLUSIVO***
Joesley Batista, dono da JBS, cuja delação envolve mais de mil políticos

BELA MEGALE
CAMILA MATTOSO
JULIO WIZIACK
LETÍCIA CASADO
REYNALDO TUROLLO JR.
DE BRASÍLIA

Foi da televisão de sua cela, na sede da Polícia Federal em Curitiba, que Marcelo Odebrecht, ex-presidente do grupo Odebrecht, soube da delação da JBS e da imunidade concedida aos donos do frigorífico.

A notícia o deixou furioso, segundo relatos de policiais que estavam no local.

Diferentemente de Marcelo, condenado a dez anos de pena, sendo dois e meio em regime fechado, os irmãos Joesley e Wesley Batista receberam garantia de que não serão presos e não terão que usar tornozeleira eletrônica.

Eles assinaram um acordo de delação no início do mês.

Os outros cinco executivos do frigorífico que firmaram colaboração também receberam a mesma imunidade.

No caso da Odebrecht, todos os 77 delatores terão alguma pena a ser cumprida.

A maioria foi condenada a regime domiciliar ou semiaberto com uso de tornozeleira, segundo a negociação fechada com a PGR (Procuradoria-Geral da República).

Os investigadores atribuem a diferença de tratamento ao conteúdo, ao momento e à forma em que essas duas delações aconteceram.

No caso da Odebrecht, as conversas se iniciaram quando Marcelo e mais quatro executivos estavam presos e já tinham sido condenados pelo juiz federal Sergio Moro.

Além disso, a ex-secretária Maria Lúcia Tavares, que trabalhou no setor de pagamentos de propinas do grupo, havia firmado acordo com os procuradores denunciando o esquema da empresa.

O que disseram sobre Lula

JBS
> Foi favorecido por pagamentos de propina disfarçados de doações oficias
> Assim como Dilma, era beneficiário de uma conta no exterior

Odebrecht
> Foram detalhadas obras feitas no sítio de Atibaia frequentado pela família do ex-presidente e pagamentos a parentes seus
> Conta conjunta era dedicada a projetos de interesse de Lula e do PT
> Tinha conhecimento de doação de caixa dois para campanhas de 2002 e 2006


Crédito: Reprodução/Instagram/brazil_conference Dilma Rousseff na MIT&Harvard Brazil Conference. Foto por: @lpinfocus
A ex-presidente Dilma Rousseff (PT)

O que disseram sobre Dilma

JBS
Teve campanha de reeleição em 2014 financiada por propinas disfarçadas de doações oficiais -que foram pagas nos últimos 15 anos e totalizaram R$ 400 milhões. Em troca, JBS recebia facilidades junto ao BNDES e fundos de pensão. Guido Mantega, então ministro da Fazenda, operava o esquema

Odebrecht
> Sabia de caixa 2 a campanhas de 2010 e 2014
> Encontrou-se no México (já com a Lava Jato em curso) com Marcelo Odebrecht, que mostrou pagamentos ilícitos feitos
> Sabia de pagamento ilícito em contrato da Petrobras relacionado ao PAC SMS


Crédito: Alan Marques - 4.out.2016/Folhapress BRASÍLIA, DF, BRASIL, 04.10.2016. O senador Aécio Neves almoça com os senadores do PSDB, no 14 andar do Senado, para comemorar o resultado do primeiro turno das eleições municipais e definir a ação do PSDB no projeto de reforma política elaborado pelo partido (FOTO Alan Marques/ Folhapress) PODER
O senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG)

O que disseram sobre Aécio

JBS
Recebeu R$ 2 milhões em propina para que quitasse despesas com dois advogados; em ação controlada, a Polícia Federal fez imagens da entrega do dinheiro a primo de Aécio. O montante, rastreado, foi para uma empresa do filho do senador Zezé Perrela (PSDM-MG)

Odebrecht
> Quando era governador de MG, recebeu propina e formou conluio para a construção da Cidade Administrativa, sede do Estado
> Teve campanhas financiadas via caixa 2
> Recebeu R$ 50 milhões para defender interesses da Odebrecht e da Andrade Gutierrez nas obras das hidrelétricas no Rio Madeira (RO)

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