Câmara não pode se contaminar por nova denúncia contra Temer, diz Maia
Jorge Araujo - 28.jul.2017/Folhapress | ||
Rodrigo Maia (DEM-RJ), que assumiu a Presidência da República durante viagem de Michel Temer |
Em um movimento para se descolar da imagem desgastada do governo, o presidente em exercício, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou nesta quarta-feira (30) que a Câmara não pode se deixar contaminar e interromper votações importantes caso a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresente a segunda denúncia contra Michel Temer.
Maia admitiu que "não é fácil" seguir os trabalhos no Legislativo em meio à turbulência política que mais uma acusação formal contra o presidente pode trazer, mas disse que a função dos deputados é "continuar trabalhando".
"Enquanto [a denúncia] estiver na comissão [de Constituição e Justiça], certamente o plenário vai continuar trabalhando e tentando pautar as matérias que são relevantes para o Brasil. É o que tentamos fazer", afirmou o presidente da Câmara após participar de um evento em Brasília da FNP (Frente Nacional de Prefeitos).
"Chegando a segunda denúncia, ela vai para seu rito normal e a Câmara tenta continuar seu trabalho para que uma coisa não atrapalhe a outra", completou.
Maia fica à frente do Palácio do Planalto até o dia 6 de setembro, quando Temer retorna de uma viagem à China para a reunião da cúpula dos Brics.
Sucessor imediato à Presidência da República caso Temer seja afastado do cargo, Maia não quis responder sobre a possibilidade de a Câmara barrar a segunda denúncia contra o peemedebista, como fez com a primeira, no início do mês. "Não posso falar sobre isso", disse, quando questionado por jornalistas.
Também não comentou sobre como funcionariam as negociações entre governo e parlamentares em busca de apoio, visto que Temer gastou muito capital político para se salvar da primeira, com a distribuição de cargos e emendas para os deputados que votaram a favor dele em 2 de agosto.
"Isso você pode perguntar para o Aguinaldo [Ribeiro]", declarou em referência ao líder do governo na Câmara.
A expectativa do Planalto é de que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresente a nova denúncia contra Temer antes de deixar o cargo, em 17 de setembro.
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