Maioria dos senadores que votou pró-Aécio foi contra Delcídio em 2015
A maioria dos senadores que votou para revogar as medidas cautelares impostas pelo STF (Supremo Tribunal Federal) a Aécio Neves (PSDB-MG) teve entendimento diferente em 2015, quando o Senado decidiu manter a prisão de Delcídio do Amaral (então senador do PT-MS).
Dos 44 senadores que votaram pró-Aécio nesta terça-feira (17), 29 (66%) optaram há dois anos pela manutenção da decisão do Supremo que havia mandado prender Delcídio por obstruir as investigações da Operação Lava Jato.
Os parlamentares que mais votaram contra Delcídio e a favor de Aécio pertencem ao PMDB, sigla que teve 13 senadores que escolheram caminho diferente ao de 2015, como Marta Suplicy (SP), Romero Jucá (RR) e Valdir Raupp (RO).
Na votação desta terça, o partido liberou a sua bancada para votar como quisesse, mas, nos bastidores, o presidente Michel Temer atuou para ajudar o tucano.
Dois peemedebistas, entretanto, votaram contra Aécio: Kátia Abreu (TO) e Roberto Requião (PR).
Em seguida vem o PSDB –partido de Aécio– com mais senadores que tiveram entendimento diferente em ambas as votações, como José Serra (SP) e Tasso Jereissati (CE).
Parlamentares do PP, DEM, Pros, PSD e PR também se posicionaram de forma oposta em ambas as votações.
Por outro lado, cinco parlamentares do PT –como Lindbergh Farias (RJ) e Humberto Costa (PE)– e um do PDT que votaram contra o Aécio nesta terça, apoiaram Delcídio em 2015.
Como cada partido votou - Senador Aécio Neves teve 44 votos a favor e 26 contra
TRÂMITES
As votações de Aécio e Delcídio tiveram trâmites diferentes no Senado. No caso do ex-senador petista, a maioria era necessária para derrubar a decisão do STF que mandou prender o ex-parlamentar.
No caso Aécio, era preciso a maioria da Casa para a manutenção ou reversão das medidas impostas pelo Supremo contra o senador tucano. Se esse patamar não fosse atingido, seria necessária uma nova votação.
Até a prisão, Delcídio era líder do governo no Senado e presidente da Comissão de Assuntos Econômicos, um dos colegiados mais importantes da Casa.
Aécio, por sua vez, volta ao Senado sob pressão e não deve ter recepção calorosa de seus correligionários, como informou o Painel. Nesta quarta, o senador tucano Tasso Jereissati (CE), que ocupa interinamente a presidência do PSDB, defendeu a renúncia definitiva de Aécio do partido.
Por outro lado, o resultado agrada Temer. O apoio do PSDB ao governo na Câmara, por exemplo, conta com a influência de aliados de Aécio. Para isso, a avaliação do presidente é de que é preciso que o senador mineiro mantenha seu mandato e continue atuante.
Dezenove dos senadores que votaram a favor de Aécio nesta terça são alvo da Lava Jato.
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