Justiça aceita mais três denúncias contra Sergio Cabral

Crédito: Reprodução O ex-governador do Rio Sérgio Cabral em depoimento ao juiz Sergio Moro, em abril de 2017
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral em depoimento ao juiz Sergio Moro, em abril de 2017

LUCAS VETTORAZZO
DO RIO

A Justiça Federal no Rio aceitou nesta quarta-feira (10) mais três denúncias contra o ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB).

Com isso, Cabral completa 20 processos em que já foi réu na Lava Jato. Em quatro já julgados, o peemedebista acumula penas que somadas chegam 87 anos de prisão. Ele responde a outros 16 processos ainda sem julgamento.

Nesta segunda, a juíza substituta da 7ª Vara Federal Criminal, Carolina Vieira Figueiredo, aceitou três denúncias do Ministério Público Federal, apresentadas em dezembro.

A primeira denúncia contra o político no âmbito da Lava Jato se deu em junho de 2016. A mais recente, anterior às três aceitas nesta quarta, ocorreu em 12 de dezembro.

As denúncias apresentadas nesta quarta referem-se as investigações da operação Calicute, Saqueador e C'est Fini, desdobramentos da Lava Jato no Rio.

Em um dos processos, a Justiça tornou réu também os funcionários da construtora Oriente Alex Sardinha da Veiga e Geraldo André de Miranda Santos.

Segundo o MPF, a empresa Oriente participou do consórcio junto com a construtora Delta das obras do Arco Metropolitano, projeto viário de grande porte no Rio. Os investigadores encontraram indícios que a empresa fazia pagamentos da chamada "taxa de oxigênio" atribuída à suposta quadrilha chefiada por Cabral.

A taxa seria um percentual de até 5% dos valores de contrato que eram repassados a agentes públicos.

Também foram encontrados indícios de pagamento de propina pelos funcionários da construtora em outras cinco obras, a maioria para contratação de reparo em encostas e despoluição de rios no interior do Estado do Rio.

Os repasses seriam feitos ao então secretário de Obras de Cabral Hudson Braga, também preso na Lava Jato e que também virou réu no processo.

O segundo processo refere-se a suspeitas de pagamento de propina do empresário Georges Sadala, cuja empresa Gelpar foi uma das maiores contratadas pelo Estado na Gestão Cabral. Entre outros contratos, a empresa administrava o serviço "poupa tempo" do Estado.

Sadala é acusado de ter repassado R$ 1,3 milhão ao grupo de Cabral. Segundo a denúncia, a empresa Gelpar obteve junto ao Estado do Rio entre 2009 e 2013 cerca de R$ 32 milhões em contratos.

A terceira denúncia corresponde a suposta distribuição de propina recebida por Cabral ao seu então secretário da Casal Civil do Rio Régis Fichtner.

O MPF diz ter encontrado indícios de que entre 2007 e 2014, em pelo menos vinte ocasiões, Fichtner foi beneficiário de valores ilícitos que somaram R$ 1,5 milhão.

Além de Cabral, a justiça tornou réu os ex-secretários Hudson Braga, Régis Fichtner, Wilson Carlos, os operadores Carlos Bezerra e Wagner Jordão, os empresários Georges Sadala e os funcionários da Oriente Alez Sardinha e Geraldo Santos.

A defesa de Régis Fichtner informou que ainda não foi notificada do processo e negou que o ex-secretário tenha cometido crimes.

A reportagem ainda não conseguiu contato com as demais defesas dos réus.

Erramos: o texto foi alterado
Diferentemente do informado anteriormente, o ex-secretário Régis Fichtner não está mais preso. Ele recebeu habeas corpus em 30 de novembro do ano passado. O texto foi corrigido
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