Maia diz que Judiciário está 'desorganizando' o Brasil

Crédito: Mateus Bonomi/Folhapress O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM)
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM)

ESTELITA HASS CARAZZAI
DE WASHINGTON

Ao comentar o impasse sobre a nomeação da deputada Cristiane Brasil (PTB) para o Ministério do Trabalho, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, criticou nesta terça (16) a "interferência indevida do Judiciário" no governo.

"Isso está desorganizando o Brasil", afirmou Maia, em entrevista a jornalistas durante viagem a Washington.

A nomeação de Cristiane Brasil, considerada fundamental para o fortalecimento da base do presidente Michel Temer (MDB), está suspensa por decisão da Justiça.

Para ele, é um "absurdo" que a Justiça interfira nisso, em especial com uma decisão de primeira instância.

"Essa não é uma decisão que cabe à Justiça. Nomeando, se há críticas, a sociedade vai criticar. E o governo vai ter uma resposta na sua avaliação, no futuro das eleições", disse o deputado.

Maia afirmou que isso tem ocorrido em todo o país, em diversos níveis de governo.

"Daqui a pouco a sociedade vai achar que o Judiciário pode tudo, que vai salvar o Brasil. Começa a demandar dele uma escola melhor, um posto de saúde melhor, mas esse papel não é do Judiciário", afirmou.

Mais cedo, durante uma palestra a empresários americanos, o deputado declarou que a suspensão da nomeação de Cristiane Brasil "gera impasse" na articulação do governo e atrasa votações como a da reforma da Previdência.

"É grave, não é fácil", afirmou, sobre a votação.

CANDIDATURA

Maia está nos Estados Unidos em viagem oficial desde domingo (14). Antes de Washington, foi a Nova York, onde teve encontros com representantes da ONU.

Potencial candidato à Presidência pelo DEM, o deputado negou que estivesse em busca de votos. "Não está na hora [de falar de candidatura]", afirmou.

Apesar disso, Maia repetiu por algumas vezes que defende uma agenda de "reestruturação do Estado brasileiro", e que a reforma da Previdência é parte desse processo.

"A [reforma da] Previdência vai dar condições para que a gente tenha uma eleição melhor no nosso campo, o campo daqueles que acreditam que o Estado gasta muito, gasta mal e não atende o cidadão; que o Estado brasileiro é burocrático, cobra muito da sociedade e entrega pouco", declarou.

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