ANNA VIRGINIA BALLOUSSIER
DE SÃO PAULO

O deputado e pastor Marco Feliciano diz "não comprar" a aliança religiosa que pressupõe igrejas abrindo mão de lançar protegidos para que as candidaturas evangélicas não se atropelem e rachem o eleitorado.

"Renascer, Universal... Nenhuma das grandes igrejas vai abrir espaço para candidato de outra igreja. Isso é coisa de mente utópica. Ninguém quer colocar a azeitona na empadinha de ninguém", afirma o parlamentar - que está disposto a trocar PSC por Podemos para tentar se reeleger à Câmara.

Feliciano dá um exemplo prático: o próprio. Ele é ligado à maior das Assembleias de Deus no Brasil, o Ministério Belém. Mas eles já têm predileção por um nome -Paulo Freire, filho do líder dessa denominação, o pastor José Wellington Bezerra da Costa.

Mesmo ele, terceiro deputado mais bem posicionado em SP e o representante evangélico mais votado no país em 2014 (398 mil votos), não consegue apoio lá, diz. "Sou proibido, em campanha, de passar na calçada da igreja."

Feliciano lembra de pesquisa Datafolha de dezembro que mostrou que só dois a cada dez brasileiros dizem que costumam levar em conta a opinião de seus líderes religiosos quando eles fazem campanha por alguém. "Às vezes abençoar o candidato é condená-lo."

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