RUBENS VALENTE
DE BRASÍLIA

A investigação da Aeronáutica sobre a queda do avião que matou o ministro do STF Teori Zavascki em janeiro de 2017 foi concluída e seus resultados deverão ser divulgados na tarde desta segunda-feira (22). A informação foi antecipada pela rádio CBN em Brasília e confirmada à Folha pela Aeronáutica.

A investigação, a cargo do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), não aponta "culpados", mas sim os principais "fatores contribuintes" para a queda do avião. O objetivo maior é prevenir futuros acidentes. Segundo a Aeronáutica, o relatório final "resgata o histórico da ocorrência, apresenta as informações factuais, as análises dos elementos de investigação, conclusões e recomendações de segurança".

Os resultados são distribuídos a diversas autoridades responsáveis pela segurança de voo no país. Antes do anúncio à imprensa, a Aeronáutica deverá informar o resultado da investigação aos familiares das vítimas.

O relatório final deverá ser apresentado pelo chefe do Cenipa, brigadeiro do ar Frederico Alberto Marcondes Felipe, e pelo investigador encarregado, coronel-aviador Marcelo Moreno.

A queda do avião turboélice King Air no mar perto do aeroporto de Paraty (RJ) completará um ano nesta sexta-feira (19). Na época Zavascki era o relator, no Supremo Tribunal Federal, dos casos derivados da Operação Lava Jato, o que deu origem a dúvidas de familiares e teorias conspiratórias. Além de Zavascki, que viajava de férias, morreram o empresário de hotelaria e dono do avião, Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, 69, o piloto Osmar Rodrigues, 56, a massoterapeuta Maíra Panas, 23, e sua mãe, Maria Hilda Panas Helatczuk, 55.

A queda foi investigada ao longo de um ano pelo Cenipa de Brasília. Em paralelo, a Polícia Federal e o Ministério Público Federal investigam o caso para saber os responsáveis pelas mortes, ainda que de forma involuntária, por exemplo, uma falha do piloto ou do serviço de manutenção da aeronave. O inquérito policial ainda não tem prazo para ser encerrado, mas a direção da PF, em reunião no último dia 10 com a presidente do STF, Cármen Lúcia, informou que a hipótese mais provável é a desorientação espacial do piloto, que viajava sob chuva intensa e iria pousar em uma pista sem equipamentos eletrônicos de auxílio a pouso e decolagem e pode ter se enganado sobre a verdadeira altitude do avião, que acabou por atingir o mar.

A investigação da PF está a cargo do delegado da PF Rubens Maleiner, que também é piloto e investigou outros casos de acidentes aéreos nos últimos anos, como o que matou, em 2014, o então governado de Pernambuco Eduardo Campos (PSB).

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