MARIA CRISTINA FRIAS
ENVIADA ESPECIAL A DAVOS (SUÍÇA)

O prefeito de São Paulo, João Doria (PSDB), negou que tenha ocorrido um rompimento seu com o MBL (Movimento Brasil Livre) e que os desentendimentos tenham culminado quando o governante decidiu regulamentar o Uber na cidade.

"De nossa parte, não houve problema. Tenho respeito pelo MBL, mas nem sempre as opiniões são convergentes. No caso específico dos aplicativos, tivemos opiniões distintas, mas continuo a respeitar o MBL. Faz parte do jogo democrático, não é preciso ter um alinhamento pleno em todos os planos", disse à Folha em Davos, na Suíça, onde chegou nesta segunda-feira (22) para participar do Fórum Econômico Mundial.

O prefeito, que retorna a São Paulo nesta quarta-feira (24) para participar das comemorações do aniversário da cidade, disse que tem um almoço marcado na próxima sexta-feira (26) com a liderança do movimento e o vereador Fernando Holiday (DEM).

"Estou convencido de que tínhamos de fazer a regulamentação do aplicativos. Você não pode pregar o liberalismo sem regras. Defendo o liberalismo, mas não se pode dizer: 'trabalhe como quiser e pague o imposto se quiser'."

Para ele, houve muita conversa com as empresas de aplicativos. "Esse diálogo começou com o Fernando Haddad. Fizemos também algumas concessões, como aumentar o prazo para validade dos automóveis de cinco para oito anos", diz.

"Se o aluguel de carros é mais caro em São Paulo, é justo que as locadoras paguem mais imposto na cidade."

PRÉVIAS

Mesmo com a saída do senador José Serra disputa para o governo de São Paulo, que abre espaço para a sua candidatura dentro do PSDB, Doria disse que seu interesse é ficar na prefeitura.

Doria se diz a favor da realização de prévias para a escolha do nome que irá concorrer à sucessão do governador Geraldo Alckmin.

"Eu sou filho das prévias, portanto, eu não posso me posicionar contra elas. Eu as disputei para a prefeitura de São Paulo e venci", disse.

"Elas são um instrumento democrático, e só o PSDB faz prévias no Brasil." Há outros pré-candidatos na corrida pelo Palácio das Bandeirantes: Luiz Felipe d'Avila, Floriano Pesaro e José Aníbal.

Para a campanha a presidente, o prefeito diz "torcer muito" para que o PSDB administre bem o processo sucessório. "E, especialmente, para que o governador Geraldo Alckmin possa conquistar a sua candidatura, pelas prévias também no dia 4 de março, o que certamente ocorrerá, e possa ser o nome para a coalizão que reúna e abrigue grandes partidos, e vença para a Presidência do país", acrescentou.

Doria afirmou que vai representar o governador paulista em um dos eventos paralelos ao Fórum. Alckmin não viajará para Davos.

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