Dirigente do MST é assassinado em casa na Bahia

Crédito: Reprodução/Facebook Márcio Matos, dirigente do MST, assassinado nesta quarta
Márcio Matos, dirigente do MST, assassinado nesta quarta

MARTHA ALVES
DE SÃO PAULO
JOÃO PEDRO PITOMBO
DE SALVADOR

Um dirigente do MST (Movimento dos Trabalhadores Sem Terra) foi assassinado na noite desta quarta-feira (24) na cidade de Iramaia, na região da Chapada da Diamantina, Bahia.

Márcio Matos, 32, foi morto a tiros na casa onde morava em um assentamento. Não há informações sobre o que teria motivado o crime nem do autor dos disparos.

Na página de Márcio no Facebook, amigos postaram mensagens dizendo que ele foi executado "covardemente" na frente do filho menor e que era um "petista guerreiro".

Na madrugada desta quinta (25), o MST lamentou nas redes sociais a morte do dirigente, pediu imediata investigação e punição dos culpados. Em nota, o movimento afirma que a morte de Márcio Matos "se soma a um triste cenário nacional de violência contra os trabalhadores e trabalhadoras do campo".

"Este é um momento de luto, mas também de luta. Por isso, exigimos que a Justiça inicie imediatamente as investigações sobre o assassinato de Márcio. Não permitiremos que essa morte passe impune e daremos continuidade a luta popular travada por ele nas diversas trincheiras".

O deputado federal Valmir Assunção (PT-BA) escreveu em suas redes sociais que estava "bastante consternado" com a morte de Matos, que era um "militante exemplar" e "um grande amigo que se foi".

Segundo Assunção, Matos acreditava com fervor na capacidade de organização e mobilização do povo baiano e se destacou como um dos principais líderes sem terra da Bahia ainda muito jovem.

"Muitas das conquistas que tivemos nos últimos anos tiveram Marcinho como um dos idealizadores", escreveu o deputado.

Ao saber da morte de Matos, o governador da Bahia, Rui Costa (PT), publicou no Twitter na madrugada desta quinta que determinou à Secretaria de Segurança Pública a imediata e rigorosa apuração do crime.

Filiado ao PT (Partido dos Trabalhadores), Matos integrava a corrente interna Esquerda Popular Socialista e atualmente ocupava o cargo de secretário de Administração na Prefeitura de Itaetê.

INVESTIGAÇÃO

"Ainda estamos iniciando as investigações. Todas as possibilidades estão em aberto", afirmou à Folha o delegado Fabiano Aurich, responsável pela investigação do caso.

A polícia fez a perícia no local do crime e está ouvindo testemunhas em busca das causas e dos responsáveis pelo assassinato.

Matos era filiado ao PT e chegou a ser cotado em 2016 para disputar a Prefeitura de Vitória da Conquista, terceira maior cidade da Bahia. Tinha relação próxima a políticos baianos como o ex-ministro Jaques Wagner e o deputado federal Valmir Assunção (PT).

O ex-ministro Jaques Wagner afirmou que a morte de Matos "provoca gigantesca tristeza".

"A lembrança de sua vida de luta nos fortalece para prosseguir com mais força na defesa de mais justiça social. Marcinho será sempre uma inspiração", afirmou.

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