Uma testemunha ocular do massacre de Colniza (MT), que matou nove posseiros e trabalhadores rurais em 19 abril do ano passado, relatou ter sido alvo de um atentado, informou o Ministério Público Estadual.
Em audiência nesta terça-feira (30), o promotor Willian Ogama relatou que um pistoleiro desconhecido teria atirado contra a testemunha Osmar Antunes, em sua última visita a Colniza. A sede do município está a cerca 230 km do assentamento Taquaruçu do Norte, onde houve a chacina, motivada por uma disputa fundiária.
O suposto incidente aconteceu em novembro. Antunes teria se escondido por cinco dias antes de conseguir deixar a região. Ele não registrou boletim de ocorrência por desconfiar do envolvimento da polícia local, segundo o relato obtido pelo Ministério Público. Seu paradeiro atual é desconhecido.
Por falta de segurança, Ogama solicitou que Antunes e outra testemunha sejam ouvidas em Cuiabá, a 1.050 km ao sul de Colniza.
Apontado pelas investigações como o mandante do crime, o madeireiro Valdelir João de Souza, o Polaco, está foragido desde 17 de maio do ano passado. Três pessoas estão presas, acusadas de terem executado a chacina.
Na audiência, o advogado de defesa de Polaco, Léo Fachin, afirmou que a Promotoria induz o entendimento de que há ameaças com o objetivo de manter a ordem de prisão contra o madeireiro, que alega inocência. Ele solicitou que as testemunhas sejam ouvidas em Machadinho d'Oeste (RO), onde eram residentes, assim como Polaco.
A cidade é uma das mais violentas do Estado. Em 16 de dezembro, o prefeito Esvandir Antônio Mendes (PSB) foi assassinado a tiros dentro do seu carro.
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