Alckmin diz que defende Huck, mas que candidatura 'é outra questão'

Governador declarou concordar com FHC, que disse que participação de global nas eleições 'seria boa para o Brasil'

Bruno Boghossian Talita Fernandes
Brasília

O governador paulista, Geraldo Alckmin (PSDB), disse defender a entrada de Luciano Huck na política, mas afirmou que uma possível candidatura do apresentador da Rede Globo ao Palácio do Planalto é "outra questão".

Alckmin disse concordar com o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, que em entrevista à rádio Jovem Pan nesta terça-feira (6), afirmou que a participação de Huck na disputa "seria boa para o Brasil".

"Gostei muito da entrevista. Defendeu o Luciano Huck, que eu também defendo. Nós temos que estimular novos nomes na política. Se vai ser candidato ou não é outra questão", afirmou Alckmin, antes da cerimônia de posse do ministro Luiz Fux na presidência do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), em Brasília.

O desempenho de Alckmin nas pesquisas de intenção de voto tem provocado questionamentos sobre a viabilidade de sua candidatura presidencial nas eleições deste ano. O tucano aparece em uma faixa de 6% a 11% no último levantamento do Datafolha patamar mais baixo de um candidato do PSDB no início de um ano eleitoral desde 1994.

FHC é um dos integrantes do partido que deram declarações públicas interpretadas como um sinal de hesitação em relação ao nome do governador paulista.

O ex-presidente é apontado como um dos entusiastas da candidatura de Huck, de quem é amigo e com quem conversa. Na entrevista desta terça, FHC disse que seria bom ter mais opções na política e que Huck "tem boas intenções".

"É bom ter gente como o Luciano porque precisa arejar, botar em perigo a política tradicional, mesmo que seja do meu partido. É preciso que ela seja desafiada por pessoas portadoras de ideias e processos políticos novos para que o próprio partido possa avançar. Está havendo sinal nessa direção", afirmou.

Alckmin tentou minimizar as interpretações sobre a declaração de FHC e brincou que o ex-presidente "foi muito mais generoso do que merecido" nos comentários que fez sobre ele durante a entrevista.

O governador paulista viajou a Brasília para a posse de Fux como presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e para uma reunião da direção do PSDB, nesta quarta-feira (7). Ele também tem reuniões marcadas com outros dirigentes tucanos.

AÉCIO

Alckmin aproveitou a passagem por Brasília para se reunir com Aécio Neves (MG) no Senado. Após o encontro, o mineiro disse ter defendido que o governador intensifique sua agenda e discurso de apoio à reforma da Previdência.

"É preciso radicalizar o discurso das reformas", disse Aécio. Segundo o tucano, é o momento de o PSDB se consolidar como a candidatura de centro que defenderá as reformas e que terá condições de ganhar as eleições de outubro.

O senador mineiro pediu ainda que Alckmin faça um apelo de convencimento dos deputados tucanos que ainda resistem em apoiar a reforma da Previdência.

Pré-candidato ao Palácio do Planalto pelo PSDB, o governador aproveita a vinda a Brasília para se aproximar de congressistas do partido. Ele terá um jantar com o senador Tasso Jereissati (CE), que deve assumir o comando do Instituto Teotônio Vilela, e na sequência, participa de um encontro das bancadas tucanas da Câmara e do Senado.

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