Governador da Bahia compara PF com polícia nazista

Rui Costa disse que a operação de buscas no apartamento de Jaques Wagner foi uma grande armação

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Salvador

Dois dias depois da operação em que foram feitas buscas no apartamento do ex-governador Jaques Wagner (PT), o governador da Bahia, Rui Costa (PT), comparou a atuação da Polícia Federal com a Gestapo, polícia política que atuou no regime nazista da Alemanha.

O governador da Bahia, Rui Costa (PT)
O governador da Bahia, Rui Costa (PT) - Alberto Rocha - 22.jan.2018/Folhapress

As declarações foram dadas nesta quarta-feira (28) em evento de entrega de uma obra de contenção de encostas na periferia de Salvador.

Costa classificou a operação da Polícia Federal como “grande armação para tentar influenciar as eleições” e insinuou a existência de um conluio entre a PF e a TV Bahia, afiliada da TV Globo na Bahia, que pertence à família do prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM).

“O dono da televisão é o mesmo dono de um partido político e arma essas coisas. Infelizmente, erra no horário, e a televisão chega antes da polícia na casa das pessoas e nos locais onde vai ser feita a apuração. [...] Isso foi planejado, foi combinado anteriormente”, disse o governador baiano.

Ele fez referência ao fato de uma equipe da TV Bahia ter chegado ao prédio de Jaques Wagner antes dos agentes da Polícia Federal. 

'AÇÕES ILEGAIS'

Rui Costa ainda comparou a atuação da Polícia Federal com a Gestapo. E criticou “a militância político-partidária de gente que não deveria usar o cargo que tem para fazer ações ilegais”.

“Isso eu me lembro dos livros que li de história da época da polícia fascista alemã, a Gestapo, que era usada como um braço da política. Ou seja, para atender aos interesses de um partido político, se usava agentes daquela polícia, difundindo mentiras, calúnia contra os seus adversários políticos”, afirmou.

Procurada, a Polícia Federal não quis se pronunciar sobre as declarações. No dia em que foi realizada a Operação Cartão Vermelho, a delegada Luciana Matutino negou influência político-partidária na ação: “Não entendemos que o trabalho que a Polícia Federal realiza seja ideológico. Somos um órgão técnico”.

Em nota, a TV Bahia informou que "sua equipe de jornalismo está cobrindo a Operação Cartão Vermelho com apuração própria, isenta e ouvindo todos os lados da notícia" e que a "empresa atua dentro de padrões éticos consagrados em mais de 30 anos de relacionamento com o telespectador baiano".

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