Aliados históricos, DEM e PSDB podem se opor em 5 estados

Talita Fernandes Daniel Carvalho
Brasília

Aliados históricos, DEM e PSDB podem se enfrentar em ao menos cinco estados na disputa pelos governos locais nas eleições de outubro deste ano.

O DEM já definiu que terá candidato em sete estados, entre eles Bahia, Minas, Distrito Federal, Mato Grosso e Goiás, e avalia candidaturas em outros lugares, como São Paulo, Rio de Janeiro e Ceará.

Já o PSDB tem como meta lançar candidaturas próprias em 11, incluindo, assim como o DEM, nomes em Minas, Mato Grosso, DF, São Paulo e Rio.

O caso de Minas, que detém o segundo maior número de eleitores do Brasil, preocupa o governador de São Paulo e pré-candidato ao Planalto pelo PSDB, Geraldo Alckmin.

 O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), troca aperto de mão com o presidente da Câmara é recebido pelo presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), durante uma reunião no gabinete da presidência da Câmara dos Deputados, em Brasília. O encontro aconteceu em agosto de 2018.
O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) recebe o governador Geraldo Alckmin no gabinete da presidência da Câmara - Pedro Ladeira - 09.ago.2017/Folhapress

Os tucanos querem ter candidatura própria para o governo mineiro. Para isso, articulam para que o senador Antonio Anastasia (MG) aceite o apelo de tucanos para se candidatar ao cargo.

Eleito senador em 2014, ele tem mandato vigente até 2023, mas já avisou que aceita discutir sua candidatura ao cargo.

Anastasia governou Minas entre 2010 e 2014, sucedendo Aécio Neves (PSDB-MG).

No estado, o DEM deve lançar candidatura de Rodrigo Pacheco. Atualmente deputado federal pelo MDB, o mineiro está com malas prontas para se filiar ao Democratas nesta segunda (19). Termina do dia 7 de abril a janela partidária, período em que deputados ficam autorizados a mudar de legenda sem o risco de perderem os mandatos.

A cúpula do DEM não descarta parceria com o PSDB em outros estados como Amapá, Pernambuco e Pará.

"Hoje, temos uma pulverização de partidos, o que gera muitas candidaturas a presidente. Os palanques estaduais têm uma dinâmica própria e não devem aguardar a definição nacional", disse Rodrigo Garcia, líder do DEM na Câmara e coordenador da pré-campanha de Rodrigo Maia ao Planalto.

Garcia, por exemplo, é cotado pelo DEM para disputar o governo de São Paulo.

Especulado como possível vice na chapa de Alckmin, o ministro da Educação, Mendonça Filho (DEM-PE), não vê "muito contraste" entre os dois partidos. "O cenário ainda está em formação, não dá para avaliar o quadro com as pré-candidaturas. Por enquanto precisa avançar para nós termos mais clareza da realidade local", afirmou.

O secretário-geral do PSDB, deputado Silvio Torres (SP), acredita que, ao longo das definições dos palanques, as siglas vão convergir. "Provavelmente estaremos juntos na maior parte dos estados."

DEM e PSDB estiveram juntos nas duas vezes em que Fernando Henrique Cardoso venceu as eleições presidenciais, em 1994 e 1998. Ainda com o nome de PFL, a legenda ocupou o posto de vice do PSDB com Marco Maciel.

Maia foi lançado este mês pré-candidato ao Planalto ao mesmo tempo em que o DEM elegeu o prefeito de Salvador, ACM Neto, seu presidente nacional.

Apesar do cenário atual, a manutenção dos dois partidos separados nas eleições é vista como temporária, sobretudo se persistir o cenário em que Alckmin e Maia demoram a decolar nas pesquisas.

Internamente, os democratas dizem que se a corrida solo presidencial se mostrar inviável até julho, prazo máximo para convenções, isso pode ser repensado.

ACM Neto tem conversado com tucanos e, caso a candidatura de Maia não decole, o DEM deve avançar na possibilidade de chapa com Alckmin.

Comentários

Os comentários não representam a opinião do jornal; a responsabilidade é do autor da mensagem.