Alvo da Lava Jato do Rio tentou usar bitcoins para enviar dinheiro ao exterior

Operação apontou que foram gastos R$ 300 mil em quatro operações de compra da moeda virtual

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Rio de Janeiro
Um dos alvos da Operação Pão Nosso, fase da Lava Jato do Rio deflagrada nesta terça-feira (13), usou bitcoins para enviar dinheiro para fora do país e tentar escapar da fiscalização, de acordo com a Receita Federal, que participou da investigação.
 
A operação apontou que foram gastos R$ 300 mil em quatro operações de compra da moeda virtual fora do Brasil no ano passado. O nome do suspeito não foi divulgado.
 
"É uma novidade. Mostra que as pessoas estão tentando sofisticar de alguma forma, talvez voar abaixo do radar da Receita Federal, do Banco Central e do Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras]", disse o superintendente-adjunto regional da Receita, Luís Henrique Casemiro. 
 
Ele disse suspeitar de uma tentativa de mandar dinheiro para o exterior usando esse instrumento, que não é regulado na maior parte dos países.
 
Em novembro passado, o Banco Central divulgou um comunicado afirmando que as moedas virtuais não são emitidas nem garantidas por qualquer autoridade monetária e que não têm garantia de conversão para moedas soberanas, representando um risco para os detentores.
 
 

REDE DE LAVAGEM

 
A Operação Pão Nosso investiga desvios na Secretaria de Administração Penitenciária do Rio por meio de superfaturamento de contratos para o fornecimento de lanches em presídios. A Polícia Federal cumpriu mandados de prisão na manhã desta terça, incluindo os do ex-secretário César Rubens Carvalho e do delegado Marcelo Martins, que chefia a divisão de Polícia Especializada do estado.
 
O delegado Marcelo Martins, ao centro, chega à sede da Policia Federal após a operação Pão Nosso, desdobramento da Lava Jato
O delegado Marcelo Martins, ao centro, chega à sede da Policia Federal após a operação Pão Nosso, desdobramento da Lava Jato - José Lucena/Futura Press/Folhapress
Outro alvo é o empresário Carlos Felipe Paiva, apontado como o nome por trás da organização social que tinha contrato com o governo estadual. Ele está em Portugal e não foi preso.
 
O Ministério Público Federal suspeita que parte do dinheiro desviado tenha sido enviado para o exterior por meio de Sérgio Pinto, doleiro que já tinha sido alvo da Operação Farol da Colina, da PF. 

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