No RS, Lula diz ter certeza de que não vai ser preso

Avião com faixa contra ex-presidente provocou apoiadores do petista 

Fernanda Wenzel
São Leopoldo

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou na sexta-feira (23) que tem certeza de que não vai ser preso, e que, se for candidato, vai vencer as eleições no primeiro turno. "Eu não vou ser preso porque não cometi nenhum crime e eu tenho certeza de que nesse país haverá justiça".

A declaração foi feita em São Leopoldo, última parada da tumultuada passagem de Lula pelo Rio Grande do Sul. No discurso realizado em um palanque próximo ao Ginásio Municipal, o ex-presidente também fez um aceno ao PC do B e ao PSOL, ao afirmar que estaria junto de Manuela d'Ávila e de Boulos em "algum momento".

Manuela, pré-candidatura do partido comunista, chegou a discursar ao lado dos políticos petistas.

O evento também foi marcado por um ato de desagravo ao ex-presidente, que vem enfrentando protestos ao longo de sua passagem pelo Rio Grande do Sul.

O senador Paulo Paim  (PT-RS) disse que aqueles que bloquearam rodovias para impedir a passagem da caravana são uma minoria que não representa os gaúchos. A caravana Lula pelo Brasil parte neste sábado para Florianópolis, em Santa Catarina.

Apoiadores do ex-presidente esperavam a chegada de Lula no centro de São Leopoldo, quando foram surpreendidos por um avião que levava uma faixa onde se lia: "Lula o Brasil te quer em cana". A reportagem não conseguiu confirmar quem está por trás da provocação.

Ex-presidente Lula visita propriedade rural de agricultores familiares em Ronda Alta, no RS, nesta sexta (23)
Ex-presidente Lula visita propriedade rural de agricultores familiares em Ronda Alta, no RS, nesta sexta (23) - Marlene Bergamo/Folhapress

A caravana do ex-presidente também teve problemas ao tentar entrar em Passo Fundo, antes de ir a São Leopoldo. Manifestantes bloquearam a via de entrada da cidade, levando o petista a cancelar sua agenda ali.

O grupo, em sua maioria, era de apoiadores do deputado Jair Bolsonaro. Informados pelo rádio, eles usaram tratores e queimaram pneus para obstruir a passagem da caravana.

A Brigada Militar usou bombas de gás lacrimogêneo para dissipar os manifestantes. 

Enfrentando manifestações desde terça-feira (20), a caravana conta com uma escolta do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra). 

A região Sul, escolhida para a quarta etapa da caravana, é onde o ex-presidente tem menos apoio.

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