Descrição de chapéu Eleições 2018

Doria admite que desgaste com renúncia pode tirar votos na capital paulista 

Prefeito de São Paulo afirma não ver problema em Alckmin manifestar apoio a França

Thais Bilenky
São Paulo

No dia seguinte ao anúncio de sua pré-candidatura ao governo de São Paulo, o prefeito da capital, João Doria (PSDB), disse à Folha não ver problema em eventual manifestação de apoio do governador Geraldo Alckmin ao vice, Márcio França (PSB), seu potencial adversário na disputa.

Doria já trabalha com a hipótese de sofrer desgaste eleitoral na capital por conta da provável renúncia à prefeitura depois de um ano e três meses de mandato. Para o tucano, é possível que tenha mais voto no interior.

O prefeito falou com a Folha nesta terça-feira (13) em um evento dos jornais Financial Times e Valor Econômico, em São Paulo.

 

Folha - Espera um posicionamento mais claro do Alckmin agora que formalizou sua pré-candidatura?

João Doria - Primeiro você tem que perguntar para ele. Mas eu tenho convicção que Geraldo Alckmin é um homem de partido. Ou seja, estará ao lado do PSDB. Não vejo problema também que ele manifeste e reconfirme o seu apoio ao Márcio França. Foi vice-governador com ele. Será o governador do estado de São Paulo. Não vejo nenhum problema na continuidade do palanque do PSB e do PSDB. 

Mas alguns partidos já fecharam com o PSB, inviabilizando aliança com o PSDB. Isso já respinga no Alckmin.

Tem um longo tempo pela frente. Os grandes partidos ainda não fizeram a sua manifestação, com exceção do PSD. Nos próximos três meses, as definições ficarão mais claras e aí você tem melhor para a disputa eleitoral.

Mesmo que não seja dos maiores partidos, o PTB é um aliado tradicional de Alckmin e sinalizou que não apoiará o PSDB. Isso constrange o governador?

Não creio. Faz parte do jogo democrático, do jogo eleitoral. Terão os que vão estar em outro palanque, terão os que vão estar no nosso. Não vejo isso como um embate, uma situação de conflito.

Dentro do próprio PSDB, há animosidade em relação à sua candidatura. 

Com animosidade ou sem animosidade, nós vamos prosseguir. Já vivi essa essa experiência nas prévias municipais. E vencemos. Depois, mesmo com a animosidade, vencemos as eleições. Depois, com a mesma animosidade, fizemos uma gestão transformadora em São Paulo. Com a mesma animosidade, vamos disputar as prévias e vamos ganhar as prévias. Com a mesma animosidade, vamos disputar a eleição e vamos ganhar a eleição. Faz parte do jogo.

Por conta do desgaste de sair da prefeitura antes de acabar o mandato, acha que sua votação pode ser melhor no interior?

O interior tem uma tradição muito pessedebista, muito tucana historicamente. O governador Geraldo Alckmin é muito querido pelas gestões que fez. É possível que isso ocorra. Mas é a soma dos valores eleitorais do interior e da Grande São Paulo, vamos dizer assim, que vai transformar a nossa em uma candidatura vencedora.

Na capital, o senhor espera intenção de voto será similar à eleição de 2016 ou houve piora?

Vamos ver. Não temos nenhuma expectativa. Vamos esperar as pesquisas. Isso ajuda também a balizar o ritmo da campanha.

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