O suplente de senador José Aníbal critica a organização da prévia do PSDB para o governo de São Paulo, na qual é candidato.
"Esse crachá de fiscal e a cédula serão impressos nos locais de votação. Qualquer cara vai pegar e imprimir e dar um jeito de jogar dentro da urna. É uma fraude isso", disse.
"As prévias estão sendo maculadas por atitudes como essa do fujão, aí, do prefeito [Doria], que não quer saber de debate. Tudo jogo jogado, jogo combinado." Para ele, Doria mira mesmo é a Presidência.
Leia as entrevistas:
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Folha - Há pressão de João Doria e seu vice, Bruno Covas, sobre filiados?
José Aníbal - Mas não tenho dúvida. Generalizada, os da capital então total. Me recusei a mandar o nome dos nossos fiscais. Sobre qualquer coisa em que apareça nomes associados a mim, eles vão pressionar. As pessoas são abordadas dos mais diferentes modos, com promessas ou com ameaças.
O apoio da executiva... [interrompe]
Imagino que tenham motivações [para apoiar Doria] que os levem a acreditar que a saída do Doria vai dar espaço na prefeitura, mas já dá espaço para vereadores, alguma coisa. É uma esquizofrenia. Todos querem vê-lo pelas costas, mas ele quer que essa saída esteja associada a algum propósito: ser candidato a governador. A coisa que ele menos é é candidato a governador. Ele é candidato a presidente.
Qual é o efeito da conturbação do processo em SP sobre a candidatura do Alckmin?
Saudável. Se tem que enfrentar essa figura imprevisível e irresponsável, enfrenta logo. Esse cidadão é um fator de instabilização. Ele não tem compromisso com nada, só com ele mesmo, um egocentrado. Acha que é uma figura que pode mudar o rumo das coisas no Brasil.
Para o Alckmin é bom?
Para o Alckmin é bom que a gente possa logo resolver a questão relativa a João Doria.
Ele é o favorito.
Precisa ver, né, como é que vai ganhar. Acha que vamos ficar quietos diante dessa situação toda que estão criando? Infelizmente, aconteceu isso e temos que encontrar caminhos que superem.
Márcio França já está em campanha contra ele...
Com razão, o outro está com campanha contra ele também. Quer que ele fique quieto?
Os dois palanques, que podiam ser amigáveis, estão tensos. Isso para o Alckmin é bom?
Por isso que eu digo que ele é uma solução de instabilização, não só por essa razão, sobretudo pelo propósito de ser candidato a presidente. Eles já balizam isso, que vai ficar de stand-by, tal, jogando nas duas pontas.
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