Em dia de ato por morte de vereadora, juízes do Rio mantêm reunião por auxílio-moradia

Manifestações foram feitas também em Brasília, Porto Alegre, São Paulo, Salvador e Belém

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Rio de Janeiro

Enquanto centenas de manifestantes protestavam contra a morte da vereadora carioca Marielle Franco (PSOL) na tarde desta quinta (15), na praça da Cinelândia, centro do Rio de Janeiro, outra causa reunia cerca de cem pessoas não muito longe dali. 

Às 14h30, horário que o caixão de Marielle chegou à Câmara Municipal, magistrados iniciaram um ato no Fórum de Justiça Federal, prédio que fica do lado oposto da praça.

Organizado pela Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil), Anamatra (Associação dos Magistrados da Justiça do Trabalho), ANPR (Associação Nacional dos Procuradores da República) e ANPT (Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho), a mobilização foi em defesa dos membros da magistratura e do Ministério Público. 

Entre as pautas, estavam a reivindicação por reajuste dos salários e a defesa dos penduricalhos recebidos pelos juízes, como por exemplo, o auxílio-moradia. 

 

"Há um ataque velado contra o Poder Judiciário, tanto da cobertura da imprensa como dos membros dos Poderes Legislativo e Judiciário. A Constituição Federal não está sendo cumprida. Como todo servidor, deveríamos ter um reajuste anual, o que não ocorre desde 2015", afirmou o juiz do trabalho Marcelo Lanzana, que participou da reunião.

CRÍTICAS

"O ato foi organizado para defender a valorização dos magistrados em um momento que estamos sendo criticados e atacados", disse Eduardo André Fernandes, juiz federal e vice-presidente da 2ª região da Ajufe.

"Entendemos as críticas de quem critica o auxílio-moradia, mas não somos tratados com isonomia pela opinião pública e pela imprensa. São benefícios concedidos ao Legislativo e Executivo, além do Judiciário. Portanto a discussão deve englobar a todos, mas só se fala dos juízes." Para ele, as críticas são motivadas pelo avanço da Lava Jato.

Antes do início do ato, uma homenagem foi feita à vereadora morta na noite de quarta (14). "O que aconteceu ontem foi um atentado à democracia", afirmou Fernandes. 

De acordo com o vice-presidente da Ajufe, adiar o ato, marcado há cerca de um mês, por causa da morte de Marielle seria inviável. "As pessoas limparam suas agendas para estar aqui. O ato é nacional, acontece simultaneamente em vários estados. Diversas falas foram feitas em homenagem à vereadora", disse. 

Ao final da reunião, que durou cerca de 30 minutos, os manifestantes encerraram o ato cantando o Hino Nacional.

Além do Rio, atos públicos conjuntos foram feitos em Brasília (DF), Porto Alegre (RS), São Paulo (SP), Salvador (BA) e Belém (PA).
 

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