Manifestantes do MST invadem parque gráfico do jornal O Globo

Segundo a empresa, a portaria foi pichada e o grupo tentou entrar na área de máquinas

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Rio de Janeiro
Militantes ligados ao MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) invadiram nesta quinta (8) o parque gráfico do jornal O Globo, em Duque de Caxias, na Baixada Fluminense.
 
Grupo de mulheres do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de outros movimentos invadiu o parque gráfico do jornal O Globo, em Duque de Caxias, Rio
Grupo de mulheres do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de outros movimentos invadiu o parque gráfico do jornal O Globo, em Duque de Caxias, Rio - MST/Divulgação
A maior parte dos manifestantes era de mulheres, que entraram nas instalações por volta das 5h30 e fizeram pichações em vidraças, sofás e paredes, com frases como "Globo Golpista" e "Mexeu com a democracia, mexeu com todas".
 
Elas também atearam fogo em pneus em volta de um totem com o nome da empresa. O protesto foi encerrado por volta das 6h.
 
Segundo o Grupo Globo, cerca de 300 pessoas entraram no parque gráfico, mas foram contidos antes de chegar à área de máquinas, onde são impressos os jornais. O MST fala que a ação envolveu 800 pessoas. 
 
O grupo chegou ao local em 15 ônibus e, segundo a Polícia Rodoviária Federal, ameaçou fechar a pista da rodovia Washington Luiz, onde está o parque gráfico, mas desistiu por causa da chuva forte.
 
A Polícia Militar foi acionada por volta das 6h, mas quando chegou, a manifestação já havia terminado. 
 
Além do MST, participaram da invasão militantes do Levante Popular da Juventude, do Movimento dos Atingidos por Barragens e do Movimento dos Pequenos Agricultores.
 
A ação foi batizada de "A Globo quer dar golpe na eleição, as mulheres organizam a reação" e acusa a empresa de agir contra a candidatura do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a Presidência da República.
 
"O ataque a um jornal é um ataque à imprensa livre, pilar da democracia. É uma clara tentativa de intimidação, um ato que atropela a legalidade e o Estado de Direito democrático", afirmou o Grupo Globo, em nota.
 
Segundo a empresa, a portaria foi pichada e o grupo tentou entrar na área de máquinas do parque gráfico, mas foi contido pelos seguranças. "O Grupo Globo espera a rigorosa apuração das responsabilidades pelas autoridades", diz o texto.
 
Grupo de mulheres do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de outros movimentos invadiu o parque gráfico do jornal O Globo, em Duque de Caxias, Rio
Grupo de mulheres do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e de outros movimentos invade o parque gráfico do jornal O Globo, em Duque de Caxias, Rio, e picha a portaria, segundo a empresa - MST/Divulgação
 
A Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), a Associação Nacional de Editores de Revistas (Aner) e a Associação Nacional de Jornais (ANJ) publicaram nota de repúdio à ação dos manifestantes. 
 
"É inadmissível que um grupo que se diz defensor de causas sociais ameace e ataque profissionais de meios de comunicação", diz o texto, no qual as associações criticam atos de vandalismo às instalações e pedem punição dos responsáveis. 

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