Parlamentares criam comissão para debater projetos sobre fake news

Senado e Câmara têm oito projetos em discussão para frear propagação de notícias falsas

Talita Fernandes
Brasília

O CCS (Conselho de Comunicação Social) do Congresso decidiu criar uma comissão nesta segunda-feira (5) para analisar as propostas que tramitam na Câmara e no Senado sobre combate às chamadas fake news — termo usado para designar notícias falsas.

De acordo com o presidente do colegiado, Murillo Aragão, as duas casas têm atualmente oito projetos em discussão. A comissão é um órgão consultivo do Congresso, formado por especialistas na área, mas nenhum parlamentar. O colegiado não tem o poder de apresentar projetos, apenas de auxiliar parlamentares na elaboração de textos.

Plenário da Câmara dos Deputados vazio; Congresso vai criar comissão para combate às fake news
Plenário da Câmara dos Deputados; Congresso vai criar comissão para combate às fake news - Pedro Ladeira - 25.set.2017 / Folhapress

Uma versão inicial de um projeto gerou polêmica pelo fato de prever uma alteração no Marco Civil da Internet com o objetivo de obrigar provedores a retirar do ar, em até 24 horas, conteúdos considerados fake news.

Por essa proposta, a definição de notícia falsa é texto não ficcional que, “de forma intencional e deliberada”, possa “ludibriar o receptor quanto à veracidade do fato”.
  
O texto ainda pretende alterar o Código Penal. O objetivo é prever a detenção para aqueles que criarem ou divulgarem notícia falsa. 

A circulação do anteprojeto fez com que o presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE), divulgasse uma nota dizendo que não havia solicitado à comissão a criação de um anteprojeto para tratar do tema. A informação foi contestada durante a sessão, quando Aragão disse que a discussão sobre fake news se deu a partir de um pedido de Eunício no início do ano legislativo.

Não existe ainda uma data para que o conselho apresente o trabalho. As reuniões do CCS são realizadas mensalmente no Congresso.

O combate à propagação de notícias falsas ganhou mais força devido à proximidade das eleições de outubro e o impacto que informações não verdadeiras podem ter nas urnas.

O tema também vem sendo debatido também pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral), que já realizou seminários com a participação de provedores de internet para discutir o assunto e criar mecanismos para dificultar a circulação de fake news.

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