Se PSDB ficar dividido, prejudicará Alckmin, diz d'Avila

Estreante no PSDB defende conciliação entre grupos para alavancar campanha nacional

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São Paulo

Em sua estreia eleitoral, o cientista político Luiz Felipe d’Avila prega a união do PSDB após as prévias deste domingo (18).

“Diálogo é sempre entre partes iguais. Se um tratar o outro com ar de superioridade, aí realmente vai dificultar. E se dificultar, o partido vai dividido e isso seria muito ruim para a eleição [de Alckmin]”, disse o tucano.

Leia as entrevistas:

O cientista político e empresário Luiz Felipe d'Avila
O cientista político e empresário Luiz Felipe d'Avila - Bruno Poletti -24.set.2014/Folhapress
 

Folha - Sua estreia na política-eleitoral ocorre em um processo cada vez mais conturbado. Qual é a sensação?
Luiz
Felipe d’Avila - Estou muito animado, porque vejo que a militância defende os valores e a causas do PSDB. Contar com o seu apoio me deixou muito satisfeito. Fico um pouco entristecido pelo processo conturbado, politizado e açodado de decisão de como a prévia seria feita.

A que se deve o açodamento e politização?
A entrada do João Doria que conturbou esse processo. Se nós entendêssemos a prévia como princípio importante para unir o partido e fomentar o bom debate e legitimar a candidatura, seria um processo saudável e importante para manter o PSDB unido, não só na eleição em São Paulo, como também na presidencial de Geraldo Alckmin. Será fundamental esse partido unido para dar os 12 milhões de votos de que ele precisa. 

A conturbação prejudica a candidatura de Alckmin?
Prejudica a qualidade do debate e propostas de ideias e, com isso, prejudica a capacidade do militante em fazer a melhor escolha. A questão é ver como, depois do processo traumático, o partido vai estar unido a tempo da campanha presidencial. Para Alckmin, o processo não transcorre da forma ideal. Ideal era uma prévia que unisse os candidatos em torno de determinadas bandeiras, do estado e nacionais. Teremos um trabalho depois das prévias de reconstruir o partido, criar as pontes entre as várias alas para poder estarem unidas na eleição presidencial.

É possível com tantas fissuras acumuladas desde 2016?
Depende muito da magnanimidade dos dois lados, principalmente do lado vencedor.

Doria tem favoritismo. O que espera dele?
Depende da atitude das pessoas, se cada um quiser ficar no humor de acertos de contas, não vai ter o diálogo. A gente tem que ter o compromisso de apoiar os candidatos do nosso partido. Diálogo é sempre entre partes iguais. Se um tratar o outro com ar de superioridade, aí realmente vai dificultar. E se dificultar, o partido vai dividido e isso seria muito ruim para a eleição.

Tem clima para baixar o tom?
Agora está ruim, mas depois do processo eu espero que tenha. Da minha parte, terá sempre. O propósito maior é a eleição para presidente da República. Se pensarmos só com base nos nossos interesses imediatistas, a gente está perdido. 

O processo acaba favorecendo demais quem está na máquina, e isso distorce o princípio da prévia. Por isso defendi que ocorresse depois do dia 7 de abril, permite uma competição entre iguais. Senão favorece mais um lado do que o outro.

Valeu a pena?
Muito, encontrei muita gente legal, uma militância extraordinária e renovou a minha esperança que é justamente por meio da política que a gente vai mudar o Brasil. 

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