Sob protestos, Lula diz que não está disposto a levar desaforo para casa

Ex-presidente afirmou que, com a caravana, pretende conhecer o país

Catia Seabra
São Vicente do Sul

Enfrentando protestos pelo terceiro dia consecutivo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sugeriu, nesta quarta-feira (21),  que seus opositores ponham a mão na consciência e comparem as conquistas dos governos petistas com as de seus antecessores e do governo Temer.

“Vão mandar para nós um pedido de desculpas por tanta grosseria e tanta falta de respeito”, discursou.

No auditório do Instituto Federal Farroupilha, campus São Vicente do Sul, Lula disse que Deus há de iluminar as pessoas que carregam ódio no coração.

“Não pensem que fico nervoso com essa gente gritando, não. Preconceito sempre existiu. Mas o que essa gente tem não é preconceito. É ódio”, disse.

Lula listou os casos de preconceito sofrido ao longo de sua trajetória, entre eles o analfabetismo.

“Já comi o pão que o diabo amassou. Não estou disposto a levar desaforo para casa”, declarou.

Cercado por estudantes, Lula respondeu aos que o acusam de antecipação de campanha, lembrando que São Vicente do Sul tem 8.000 habitantes. “Aqui tem mais gado que gente. E gado não vota”.

Lula afirmou que, com a caravana, pretende conhecer o país que espera voltar a governar e alertar os brasileiros para perdas sociais em curso: “Com meu curso de torneiro mecânico, eu tinha mais chance de empregos que vocês".
 

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