Temer rediscute se divulgará extratos bancários após quebra de sigilo

Há receio da exposição de transações de caráter privado e de gastos da família presidencial

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Brasília

O presidente Michel Temer tem rediscutido a decisão de divulgar publicamente os seus extratos bancários após o pedido de quebra de sigilo do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Luís Roberto Barroso.

O receio de auxiliares e assessores presidenciais é de que o envio dos documentos relativos ao período de 2013 a 2017 gere uma espécie de devassa dos veículos de imprensa que prolongue o desgaste causado pela decisão.

O presidente Michel Temer coça a testa franzida durante cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda (12)
O presidente Michel Temer durante cerimônia no Palácio do Planalto nesta segunda (12) - Pedro Ladeira/Folhapress

Além disso, a equipe jurídica do emedebista considera que há complicadores na divulgação, como a exposição pública de nomes que receberam ou depositaram recursos na conta do presidente por negócios de caráter privado.

Os gastos da família presidencial, por exemplo, também poderiam ser revelados, expondo de maneira desnecessária hábitos ou costumes de caráter pessoal.

Para definir se os extratos serão repassados para a imprensa, os documentos do presidente passarão por uma espécie de pente-fino feito por advogados e auxiliares. 

Oficialmente, contudo, o Palácio do Planalto informou à Folha que "não houve qualquer alteração na disposição do presidente em divulgar os extratos bancários". "Assim que possível, serão divulgados", disse.

Na semana passada, Temer informou que pediu ao Banco Central acesso aos extratos das suas contas para divulgá-los à imprensa.

Em nota, ele alegou que solicitaria ao Banco Central os extratos "referentes ao período mencionado no despacho do eminente ministro Luís Roberto Barroso”.

“O presidente dará à imprensa total acesso a esses documentos. Ele não tem nenhuma preocupação com as informações constantes em suas contas bancárias”, disse. 

Em entrevista à Folha, publicada no domingo (11), o ministro da Justiça, Torquato Jardim, criticou a decisão de Barroso e disse que o presidente merece tratamento diferenciado em comparação aos outros cidadãos em caso de corrupção.

A investigação da Polícia Federal apura se Temer praticou os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A PF quer saber se Temer recebeu vantagem indevida das empresas da área de portos em relação a um decreto do setor editado pelo Planalto.

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