Agência Lupa: A entrevista de Jair Bolsonaro a Datena

O pré-candidato à Presidência pelo PSL deu entrevista ao programa "Agora É Com Datena", da Band, em 22/4

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AGÊNCIA LUPA | Agência Lupa

"Aponte um áudio meu dizendo que mulher tem que ganhar menos que homem." 
Jair Bolsonaro (PSL-RJ), em entrevista a Datena

CONTRADITÓRIO Em 2014, ao jornal Zero Hora, Bolsonaro disse: "Entre um homem e uma mulher jovem, o que o empresário pensa? 'Poxa, essa mulher está com aliança no dedo. Daqui a pouco engravida. Seis meses de licença-maternidade' (...) Por isso que o cara paga menos para a mulher". Em 2016, em entrevista à apresentadora Luciana Gimenez na RedeTV!, Bolsonaro falou sobre o que tinha dito ao jornal gaúcho: "eu não empregaria [homens e mulheres] com o mesmo salário. Mas tem muita mulher que é competente". Segundo o IBGE, as mulheres ganham em média R$ 542 a menos do que os homens no Brasil. Na última terça-feira, o deputado disse que a declaração dada à Rede TV! buscava explicar sua posição sobre o tema e que considera injusto usá-la para dizer que hoje ele diz isso sobre esse assunto. Perguntado sobre sua opinião atual, disse não ter nenhuma.

Bolsonaro, em hotel no Rio, durante anúncio de que iria se candidatar a Presidência nas eleições de 2018 - 10.ago.2017/AFP

"Nas últimas eleições, em 2014, em 63 oportunidades, eles [Datafolha] erraram quem ganharia no dia seguinte."
Jair Bolsonaro (PSL-RJ), em entrevista a Datena 

EXAGERADO De acordo com o Datafolha, é impreciso dizer que a disparidade entre levantamentos feitos na véspera de uma eleição e o resultado dela seja um erro. Isso porque a comparação é entre dois momentos diferentes. Em 2014, 23% dos eleitores decidiram na última semana o voto para presidente no primeiro turno. Segundo o instituto, haveria erro se uma pesquisa de boca de urna, feita no dia da votação, divergisse dos resultados das urnas, mas o Datafolha há anos não faz essa pesquisa. Bolsonaro se referia a um levantamento feito pelo Yahoo e publicado depois do primeiro turno das eleições de 2014, que mostrou que 17 de 27 pesquisas mais próximas do dia do pleito feitas pelo Datafolha discreparam do resultado das urnas pouco depois. O portal comparou dados para os três primeiros colocados nas disputas para a Presidência e os governos de oito estados. Não foram, portanto, 63 erros, como sugere Bolsonaro, mas 63% de discrepância nos casos avaliados. O deputado disse que faltou falar "por cento".

"Meu filho, no Rio, deu 7% no sábado [em intenção de votos, segundo o Datafolha], e, no domingo, ele teve 14% [no resultado da votação]."
Jair Bolsonaro (PSL-RJ), em entrevista a Datena  

VERDADEIRO Em 2016, Flavio Bolsonaro, filho do deputado, foi candidato à prefeitura pelo PSC. Na véspera do primeiro turno, o Datafolha divulgou uma pesquisa dando-lhe 8% das intenções de voto, o sexto lugar. Flavio terminou a eleição com 14%.

"[Raquel Dodge] Entrou com uma ação no Supremo para acabar com o voto impresso."
​Jair Bolsonaro (PSL-RJ), em entrevista a Datena   

VERDADEIRO Em fevereiro, a procuradora-geral da República, Raquel Dodge, propôs ação contra a obrigatoriedade do voto impresso, aprovada na minirreforma eleitoral em 2015. Bolsonaro é o autor da emenda. Segundo Dodge, a impressão fere o anonimato e a preservação de sigilo dos votos, previstos na Constituição. A PGR diz que, em 2009, o STF decidiu que a impressão era inconstitucional.

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