Amigos de Temer presos em operação deixam carceragem da PF

Libertação veio após decisão do ministro Luís Barroso, do STF, que expediu alvarás de soltura

Joelmir Tavares
São Paulo
José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer, deixa carceragem da Polícia Federal em SP
José Yunes, amigo e ex-assessor de Temer, deixa carceragem da Polícia Federal em SP - Zanone Fraissat/Folhapress

Dez presos na Operação Skala, que prendeu amigos do presidente Michel Temer, deixaram as superintendências da Polícia Federal em São Paulo e no Rio, na noite deste sábado (31). 

Na capital paulista, o advogado José Yunes, amigo de décadas do presidente, veio à frente do grupo às 23h50. Todos saíram juntos, cada um com seu advogado, e andaram em direção a carros estacionados na rua.

Agentes da PF informaram que todos os nove detidos no local deixaram a prisão. A libertação foi rápida e veio após decisão do ministro Luís Barroso, do STF (Supremo Tribunal Federal), que expediu os alvarás de soltura.

Alguns dos presos esconderam o rosto com blusas e cobertores. Não foi possível identificar no grupo o coronel João Baptista Lima, que no dia da prisão, na quinta (29), passou mal e foi levado de cadeira de rodas para o hospital.

A Folha abordou Yunes, que ficou em silêncio. O ex-ministro Wagner Rossi, outro preso libertado, foi o único a falar com os jornalistas.

Ele disse que reitera a afirmação de que não tem nada a ver com os fatos investigados. “Eu agradeço pela presteza com que o ministro Barroso liberou a todos nós”, disse Rossi.

A empresária Celina Borges Torrealba Carpi, uma das donas do grupo Libra, foi a única dos dez presos detida no Rio. Ela também foi beneficiada pela decisão de Barroso. Segundo a PF, Celina deixou a superintendência do órgão na noite deste sábado.

A imprensa foi avisada por agentes na portaria da PF em São Paulo que os presos seriam liberados de uma só vez e, pouco depois, eles começaram a sair. 

Minutos antes de o grupo surgir em uma das portarias do edifício, houve uma movimentação de carros em outra saída, onde não havia jornalistas de plantão. O local poderia ser usado para que alguém passasse sem ser notado pela imprensa. Vigias do entorno, entretanto, disseram não ter visto nenhum preso saindo pelo portão.

A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu a soltura dos presos porque considerou que a prisão deles já tinha cumprido seu objetivo. Eles foram interrogados desde quinta-feira.

Neste sábado, novos depoimentos foram tomados por solicitação da PGR, já que nem todas as sessões tinham contado com acompanhamento de procuradores, o que se buscou corrigir.

As prisões da Operação Skala, temporárias, expirariam na próxima segunda-feira (2). Com a decisão do STF, os investigados poderão passar o domingo de Páscoa em casa.

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