Descrição de chapéu São Paulo - Estado

Ciro, Alckmin e Meirelles exageram dados em fórum em Porto Alegre

Pré-candidatos falaram sobre economia e educação em encontro na semana passada

Chico Marés
São Paulo | Agência Lupa

“A geração de emprego está acontecendo de forma cada vez mais acelerada”
Henrique Meirelles, pré-candidato à Presidência pelo MDB, em palestra no Fórum da Liberdade, em 10.abr.2018, em Porto Alegre

EXAGERADO A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Mensal (PnadC/M), do IBGE, mostra que o número de pessoas empregadas no Brasil caiu de 91,9 milhões para 91,1 milhões no último trimestre móvel disponível (dezembro de 2017, janeiro e fevereiro) frente ao anterior (setembro, outubro e novembro de 2017). Foi a primeira queda após oito meses de crescimento. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), do Ministério do Trabalho, mostra, por sua vez, que houve crescimento no número de vagas formais nos meses de janeiro e fevereiro de 2018: 143 mil. Em dezembro de 2017, a redução no número de empregos havia sido de 328 mil. Procurado, Meirelles não se  manifestou.
 

“Estatística do Banco Mundial: qual o tempo que se gasta [com burocracia] para abrir uma empresa no Brasil? 101 dias”
Henrique Meirelles, em palestra no Fórum da Liberdade, em 10.abr.2018

EXAGERADO Segundo o Banco Mundial, citado pelo próprio Meirelles, o tempo médio necessário para abrir um negócio no Brasil em 2017 foi de 79,5 dias —não 101. Ainda que o número não seja tão alto quanto o citado pelo ex-ministro da Fazenda, trata-se do sexto pior índice do mundo neste quesito entre os países pesquisados, atrás somente de Venezuela, Camboja, Haiti, Suriname e Eritreia. Procurado, Meirelles não se manifestou.

Flavio Rocha, João Amoedo, Marina Silva, Julio Bratz Lamb, Ciro Gomes, Fernando Meirelles e Geraldo Alckmin no encontro de presidenciáveis em Porto Alegre
Flavio Rocha, João Amoedo, Marina Silva, Julio Bratz Lamb, Ciro Gomes, Fernando Meirelles e Geraldo Alckmin no encontro de presidenciáveis em Porto Alegre - André Feltes - 9.abr.2018/Folhapress

“O Brasil tem hoje metade das matrículas que os colombianos dão aos seus jovens de 18 a 25 anos”
Ciro Gomes, pré-candidato à Presidência pelo PDT, em palestra no Fórum da Liberdade, em 10.abr.2018

EXAGERADO Os dados internacionais sobre o assunto, compilados pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e pela Unesco, não tratam especificamente da faixa etária citada pelo pré-candidato. E, em faixas etárias similares, os dois países apresentam desempenhos parecidos. Segundo a OCDE, em 2015, no Brasil, 68,5% dos jovens de 15 a 19 anos estavam matriculados em alguma instituição de ensino. Na Colômbia, eram 55,1%. Na faixa etária dos 20 aos 29 anos, os países tinham, respectivamente, 21,6% e 19% da população matriculada. Segundo a Unesco, também em 2015, a razão bruta de matrículas no ensino superior era de 51% no Brasil e 56% na Colômbia. Essa métrica compara o número total de matriculados (de qualquer faixa etária) com a população que está na idade considerada adequada ao ensino superior. Procurado, Ciro não respondeu.

“É o melhor momento desde o pós-guerra. O mundo deve crescer 4% [ao ano]”
Geraldo Alckmin, pré-candidato à Presidência pelo PSDB, em palestra no Fórum da Liberdade, em 10.abr.2018

EXAGERADO A previsão do FMI para o crescimento mundial nos próximos três anos fica em torno de 3,7% ao ano, próximo ao citado por Alckmin. Não representa o melhor momento da economia mundial desde o pós-guerra, como ele citou. Segundo o Banco Mundial, entre 1961 e 1973, o mundo cresceu entre 4,3% e 6,6% ao ano. Procurado, Alckmin não respondeu.

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