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Em Boa Vista, Bolsonaro é recebido com carreata e comparado a Moisés

Presidenciável disse que se fosse rei de Roraima, em 20 anos o estado teria uma economia igual à do Japão

O pré-candidato ao governo de Roraima pelo PSL, Antônio Denarium, recepciona Jair Bolsonaro (PSL), ao lado do pré-candidato ao Senado pelo PSL, pastor Isamar Ramalho
O pré-candidato ao governo de Roraima pelo PSL, Antônio Denarium, recepciona Jair Bolsonaro (PSL), ao lado do pré-candidato ao Senado pelo PSL, pastor Isamar Ramalho - Eduardo Anizelli/Folhapress
Fabiano Maisonnave
Boa Vista (RR)

Principal nome da “bancada da bala” no Congresso, o deputado federal e presidenciável Jair Bolsonaro (PSL-RJ) viajou nesta quinta-feira (12) a Boa Vista (RR) para apoiar as candidaturas de um empresário do agronegócio e de um pastor. Os dois disputarão o governo estadual e uma vaga no Senado, respectivamente. 

Pouco experientes na política, o pecuarista e sojicultor Antonio Denarium, 54, e o pastor da Assembleia de Deus Isamar Ramalho, 55, comandaram a recepção do correligionário em Roraima, numa variação local da bancada “BBB" (Bíblia, boi e bala), do Congresso.

“Para cada tempo, Deus levanta um homem. Lá no deserto, levantou Moisés. E, para este tempo, para levantar o Brasil, Deus tem levantado Jair Bolsonaro”, discursou o pastor Isamar.

Acompanhados por algumas centenas de simpatizantes —a maioria jovens—, eles seguiram em carreata do aeroporto até a região central de Roraima sob o sol quente do início da tarde. No percurso e na concentração, muitas camionetes luxo, tratores e caminhões boiadeiros.

Em sua fala e durante entrevista coletiva, Bolsonaro culpou a legislação ambiental e a demarcação de terras indígenas pelo atraso econômico de Roraima, além de prometer expulsar ONGs estrangeiras do país.

“Se eu fosse rei de Roraima, em 20 anos teríamos uma economia igual à do Japão”, afirmou Bolsonaro, arrancando aplausos dos simpatizantes.

Apesar de parte do público ter entoado “Fora, [Romero] Jucá”, Bolsonaro e os seus aliados pouparam o senador emedebista, o mais conhecido político de Roraima​ e réu no STF por corrupção e lavagem de dinheiro​.

Ao ser questionado sobre Jucá durante a entrevista coletiva, disse que jamais subiria no palanque com ele. “Assim como, se eu for presidente, ele não vai sentar na minha frente e pedir o banco do Nordeste, da Amazônia.”

COLIGAÇÕES

Bolsonaro, porém, afirmou que, com exceção de partidos de esquerda, não interferirá nas coligações estaduais: “A gente confia nos colegas”. 

Questionados sobre Jucá pela Folha, tanto Denarium quanto o pastor Isamar disseram que não fazem oposição a nenhum grupo político de Roraima​.​

“Todos que tiverem os meus mesmos ideais serão muito bem-vindos”, disse o pré-candidato a governador, também sócio de um frigorífico e vindo de Goiás há 27 anos.

Sobre a chegada de alguns milhares de imigrantes venezuelanos, o pastor Ramalho disse que os R$ 190 milhões liberados pelo governo federal para o acolhimento deveriam ser usados para a repatriação.

“[Eu] faria com que eles pudessem voltar à sua nação e daria ajuda pra eles lá dentro da nação deles”, afirmou, apesar de o governo venezuelano ter se recusado a receber ajuda externa.

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