FHC diz que reagiria com tristeza a possível prisão de Aécio Neves

Ex-presidente tucano comparou o caso à prisão do ex-presidente Lula

Silas Martí
Nova York

Em visita à sede das Nações Unidas, em Nova York, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso disse que reagiria “com tristeza” à possível prisão do colega tucano Aécio Neves, acusado de receber propina de empresas.

Ele comparou o caso à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que semanas atrás havia chamado de uma “notícia triste, mas justa”. Em relação a Aécio, FHC acrescentou que a “Justiça vai decidir”.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), durante entrevista à Folha em seu escritório na sede do iFHC (Instituto Fernando Henrique Cardoso), em São Paulo (SP), sentado e com a mão levantada
O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB), durante entrevista à Folha em seu escritório na sede do iFHC (Instituto Fernando Henrique Cardoso), em São Paulo (SP). - Bruno Santos/Folhapress

Na ONU, ele se reuniria com o secretário-geral, António Guterres, para falar sobre a descriminalização das drogas, afirmando que essa sua bandeira deveria estar no debate eleitoral agora em curso no Brasil, mas não está por receio dos candidatos ao Planalto.

“Não vai entrar no debate. A questão é que você precisa ter uma descriminalização e uma regulamentação e muita campanha educativa. É mais um processo educativo”, disse o tucano, em Nova York. “É preciso que a sociedade entenda melhor o tema, e os políticos têm medo de discutir isso.”

Horas antes de seu encontro com Guterres, FHC participou de um evento organizado pelo Instituto de Tecnologias para o Trânsito Seguro, em que defendeu o uso de medidas mais inteligentes no combate ao uso de drogas, no caso, regras que não “sejam sentidas como perseguição”.

“Vivemos um momento de grande ansiedade no mundo e a tecnologia muda as relações entre as pessoas”, disse. “O uso de drogas também aumenta em consequência disso tudo.”

Na saída, FHC não quis entrar em detalhes sobre como vê a corrida eleitoral em curso no Brasil, mas disse que a sociedade está muito fragmentada e que o “futuro do PSDB é como o futuro de todos os outros partidos, vai depender da mensagem para o povo”.

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