Se conceder nesta quarta-feira (4) o habeas corpus preventivo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em segunda instância por corrupção e lavagem de dinheiro, o STF (Supremo Tribunal Federal) estará induzindo a violência entre os brasileiros, na opinião do general de Exército da reserva Luiz Gonzaga Schroeder Lessa.
O general, que foi comandante militar do Leste e da Amazônia, disse ao jornal O Estado de S. Paulo que, se votarem a favor do habeas corpus, os ministros estarão “propagando a luta fratricida, em vez de amenizá-la”.
“O que querem no momento é abdicar da justiça e fazer politicagem na mais alta corte do país”, afirmou Lessa.
Segundo ele, se o Supremo permitir ainda que Lula seja candidato e se eleja ao Planalto, a única alternativa será a intervenção militar.
“Se acontecer tanta rasteira e mudança da lei, aí eu não tenho dúvida de que só resta o recurso à reação armada. Aí é dever da Força Armada restaurar a ordem. Mas não creio que chegaremos lá”, afirmou.
Na noite desta terça (3), véspera do julgamento sobre o habeas corpus de Lula no STF, o comandante do Exército, general Eduardo Villas Bôas, disse em rede social que repudia "a impunidade".
Ele se disse ainda "atento às suas missões institucionais", sem detalhar o que pretendeu dizer com a expressão.
"Asseguro à Nação que o Exército Brasileiro julga compartilhar o anseio de todos os cidadãos de bem de repúdio à impunidade e de respeito à Constituição, à paz social e à democracia, bem como se mantém atento às suas missões institucionais", escreveu.
Na noite desta terça, manifestantes saíram às ruas em várias cidades do país pedindo a prisão do ex-presidente.
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