Começou em São Paulo um namoro que pode influenciar o xadrez da encalacrada centro-direita na eleição presidencial de outubro. Os pretendentes: o MDB e o PRB, partido da Igreja Universal.
As conversas avançaram em almoço que reuniu, neste domingo (15), o pré-candidato do MDB ao governo estadual, Paulo Skaf, o presidente do PRB, Marcos Pereira, e o presidenciável do partido, Flávio Rocha.
O PRB, que vem sendo assediado pelo governador Márcio França (PSB) pelos seus 3min35s diários de tempo de TV, pode vir a apoiar a provável candidatura de Skaf.
Em troca, o emedebista sinaliza apoio à pretensão de Rocha ou a alguma composição que inclua o PRB.
Para a primeira hipótese, o MDB precisa não ter presidenciável. Hoje, tem dois postulantes: o presidente Michel Temer e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ambos de mãos dadas perto do traço na mais recente pesquisa do Datafolha.
O Planalto vem enviando sinais ao PRB dizendo que gostaria de ter Rocha, que deixou as Lojas Riachuelo para buscar sua candidatura e marca só 1% na pesquisa, na vice de uma chapa do MDB. Rocha resiste, como dissera não a Jair Bolsonaro (PSL).
Ele inclusive retrucou, dizendo que consideraria Meirelles o nome ideal para ocupar a Fazenda num hipotético governo seu.
Mas esse tipo de negociação é dinâmica, começando por negativas para o estabelecimento de faturas à frente.
O MDB, apesar de verba e tempo de TV, é pesado. A impopularidade de Temer é vista como fatal para quem quiser associar-se ao Planalto.
Mas o PRB vê Rocha como bom nome para ofertar a uma eventual coalizão da desarticulada centro-direita.
O partido já ocupou a vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e não teria problema de apoiar um nome de campo teoricamente oposto.
Com a virtual saída de Lula da disputa, vários candidatos se acotovelam nesse espectro, enquanto lideram a disputa Bolsonaro e Marina Silva (Rede), representantes respectivamente do sentimento antiestablishment e de uma certa herança lulista.
Já no plano estadual, o segundo colocado no Datafolha Skaf, com 20% da intenções, teria bastante a ganhar.
Adicionaria o tempo de TV do PRB aos já vistosos 11 minutos de que dispõe, o mesmo que possui o PT.
Já França, com sua coalizão de partidos médios e pequenos, prevê ter cerca de 18 minutos --importantes para projetar o até aqui desconhecido governador, que era vice de Alckmin e registra 8% na pesquisa.
Já o líder no Datafolha, o ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB), conta com 8min30s de seu partido e negocia outros apoios para vitaminar sua exposição.
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