MDB e PRB negociam aliança na eleição em São Paulo

Namoro em torno do nome de Skaf pode ter influência no confuso xadrez presidencial da centro-direita

O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em campanha da federação em Brasília, em 2015
O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, em campanha da federação em Brasília, em 2015 - Pedro Ladeira - 1.out.2015/Folhapress
Igor Gielow
São Paulo

Começou em São Paulo um namoro que pode influenciar o xadrez da encalacrada centro-direita na eleição presidencial de outubro. Os pretendentes: o MDB e o PRB, partido da Igreja Universal.

As conversas avançaram em almoço que reuniu, neste domingo (15), o pré-candidato do MDB ao governo estadual, Paulo Skaf, o presidente do PRB, Marcos Pereira, e o presidenciável do partido, Flávio Rocha.

O PRB, que vem sendo assediado pelo governador Márcio França (PSB) pelos seus 3min35s diários de tempo de TV, pode vir a apoiar a provável candidatura de Skaf.

Em troca, o emedebista sinaliza apoio à pretensão de Rocha ou a alguma composição que inclua o PRB.
Para a primeira hipótese, o MDB precisa não ter presidenciável. Hoje, tem dois postulantes: o presidente Michel Temer e o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles, ambos de mãos dadas perto do traço na mais recente pesquisa do Datafolha.

O Planalto vem enviando sinais ao PRB dizendo que gostaria de ter Rocha, que deixou as Lojas Riachuelo para buscar sua candidatura e marca só 1% na pesquisa, na vice de uma chapa do MDB. Rocha resiste, como dissera não a Jair Bolsonaro (PSL).

Ele inclusive retrucou, dizendo que consideraria Meirelles o nome ideal para ocupar a Fazenda num hipotético governo seu.

Mas esse tipo de negociação é dinâmica, começando por negativas para o estabelecimento de faturas à frente.

O MDB, apesar de verba e tempo de TV, é pesado. A impopularidade de Temer é vista como fatal para quem quiser associar-se ao Planalto.

Mas o PRB vê Rocha como bom nome para ofertar a uma eventual coalizão da desarticulada centro-direita.

O partido já ocupou a vice de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e não teria problema de apoiar um nome de campo teoricamente oposto.

Com a virtual saída de Lula da disputa, vários candidatos se acotovelam nesse espectro, enquanto lideram a disputa Bolsonaro e Marina Silva (Rede), representantes respectivamente do sentimento antiestablishment e de uma certa herança lulista.

Já no plano estadual, o segundo colocado no Datafolha Skaf, com 20% da intenções, teria bastante a ganhar.

Adicionaria o tempo de TV do PRB aos já vistosos 11 minutos de que dispõe, o mesmo que possui o PT.

Já França, com sua coalizão de partidos médios e pequenos, prevê ter cerca de 18 minutos --importantes para projetar o até aqui desconhecido governador, que era vice de Alckmin e registra 8% na pesquisa.

Já o líder no Datafolha, o ex-prefeito paulistano João Doria (PSDB), conta com 8min30s de seu partido e negocia outros apoios para vitaminar sua exposição.

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