Sindicato diz que empresas de comunicação também são culpadas por agressões a jornalistas

Entidade ligada à CUT trata caso Lula como "prisão política"

São Paulo

O SJSP (Sindicato dos Jornalistas  Profissionais no Estado de São Paulo) divulgou nota neste sábado (7) em que repudia as agressões  a jornalistas durante a cobertura da prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

A entidade, que é ligada à CUT (Central Única dos Trabalhadores), atribui parte da culpa pelos atos de violência às "grandes empresas de comunicação, que apoiam o golpe e que adotam uma linha editorial de hostilidade contra as organizações populares."

O sindicato se refere à detenção de Lula como "prisão política".

No comunicado, a direção do SJSP afirma que conversou com  o Sindicato dos Metalúrgicos do ABC, que teria garantido respeito ao trabalho dos jornalistas em suas dependências.

No sábado, em São Bernardo do Campo, o fotógrafo Nilton Fukuda, do jornal O Estado de S. Paulo, foi atingido por ovos lançados por um manifestante pró-Lula que vestia camiseta da CUT.

Neste domingo (8), Daniel Bramatti, presidente da Abraji (Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo) divulgou nota sobre as agressões ocorridas durante a cobertura da prisão de Lula:

"A Abraji considera inadmissíveis atos de violência contra jornalistas ou comunicadores independentemente de origem ou veículo. Nos últimos dias, acompanhamos com preocupação e inconformidade os relatos de agressões e intimidações a profissionais que participaram da cobertura dos atos relacionados à prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Também cobramos publicamente a apuração do atentado contra a caravana de Lula, no qual tiros atingiram um ônibus que transportava jornalistas. Atos de violência e demonstrações de intolerância não são condizentes com o fortalecimento da democracia, bandeira que a entidade sempre defendeu em seus 15 anos de existência", diz o texto divulgado pelo presidente da Abraji.

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