Tumulto entre guardas municipais e evangélicos deixa feridos no Rio

Suposta pichação causou confusão; conduta de guardas será investigada

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Bernardo Tabak
Rio de Janeiro

A Guarda Municipal do Rio afastou 12 guardas municipais envolvidos em uma confusão a um grupo religioso em Copacabana, na madrugada desta quinta-feira (26). Guardas e religiosos acusam-se de agressão uns aos outros.

Um vídeo mostra homens vestidos com o colete da guarda municipal agredindo com cassetete os religiosos, que são da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo.

Na sequência do vídeo, aparece um homem do grupo religioso atingido na cabeça e desmaiado na calçada. Ele foi socorrido e levado para o Hospital Miguel Couto. 

Inscrição atribuída à Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo
Inscrição atribuída à Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo - Reprodução/TV Globo

As imagens também mostram um menino, da mesma instituição, com sangue na cabeça, e outros do grupo com sangramentos pelo corpo.

Em nota, a Guarda Municipal afirma que o grupo religioso invadiu e pichou, pela segunda vez, o Parque Garota de Ipanema, na zona sul, por volta das 23h. Fotos das pichações atribuídas aos integrantes da igreja, em estátuas e calçadas, foram divulgadas pelo órgão.

Na resposta, a corporação afirma que aproximadamente 40 pessoas foram levadas para a delegacia com apoio policial. "Na condução para a delegacia, houve tumulto e tentativa de agressão aos agentes", diz a nota. 

O órgão cita dois membros do grupo entre os autuados na delegacia. Diego Luiz Ribeiro de Figueiredo, que foi autuado por lesão corporal e dano, com base na lei de crimes ambientais —a nota não detalha contra quem seria a lesão corporal.

O pastor Tupirani da Hora Lores foi citado no registro como envolvido na ação de dano. "Durante a confecção do registro da ocorrência, o grupo questionou a prisão e a ação da Guarda Municipal e houve o conflito em frente à delegacia".

A guarda informou ainda que determinou abertura de sindicância e o afastamento imediato dos guardas municipais envolvidos, para apurar com rigor a postura e as agressões flagradas no vídeo, "que não condiz de forma alguma com os preceitos, orientação e os procedimentos operacionais da instituição".

A Polícia Civil, também por email, afirmou que o caso foi registrado como dano e lesão corporal. E será investigado pela 14ª DP, no Leblon.

A reportagem não conseguiu ouvir dirigentes da Igreja Pentecostal Geração Jesus Cristo. A instituição é conhecida por declarações contra o islamismo. Em um recente protesto, integrantes carregavam um cartaz onde se lia: "Alcorão, guia de estupros e assassinatos".

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