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Alckmin critica teto de gastos, mas diz que não vai revogá-lo

PSDB votou integralmente a favor da PEC do teto de gastos do governo, em 2016

O pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em evento com os prefeitos, em Brasília
O pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em evento com os prefeitos, em Brasília - Adriano Machado/Reuters
Daniel Carvalho Gustavo Uribe
Brasília

Apesar de seu partido, o PSDB, ter votado integralmente a favor da PEC do teto de gastos do governo, em 2016, o presidenciável tucano, Geraldo Alckmin (SP), disse que a medida não é razoável.

Em evento para prefeitos e vereadores, Alckmin disse que o teto iria acabar com o investimento.

"Esse negócio do teto não é razoável. Não foi concebido corretamente e não foi cumprido adequadamente porque você não pode esmagar o investimento e o custeio", afirmou Alckmin à plateia.

Mais tarde, indagado por jornalistas, disse que seu partido votou a favor da proposta porque ela foi apresentada pelo governo, "que é quem toma conta do cofre".

"O teto de gastos, o objetivo dele está correto. O problema é que, se você estabelece um teto e gasta um valor muito acima da inflação, o que vai acontecer? Você não pode passar daquele teto. Mas o pessoal dispara, você vai esmagar o custeio e o investimento", explicou

Apesar da crítica, o tucano disse que não pretende revogar a medida.

"A solução vai ser o Brasil voltar a crescer para você poder melhorar a arrecadação e, por outro lado, reduzir despesa", disse o tucano.

Sem detalhar a proposta, Geraldo Alckmin prometeu aos prefeitos que usaria recursos do Pasep e do Cofins para financiar o saneamento municipal

Disse também que, se eleito, entregará já em fevereiro de 2019 ao Congresso Nacional as propostas de reformas política, tributária, previdenciária e do Estado.

Ao dizer que a autonomia do Banco Central não é uma questão prioritária para ele, Alckmin afirmou que pretende manter o BC sob comando de Ilan Goldfajn.

"É até uma boa proposta mantê-lo. Gosto dele. Acho uma pessoa preparada. Agora, o ativo da política não é infinito. Colocar como prioridade entre as reformas autonomia do Banco Central, para min, não é prioritário. O prioritário é a questão fiscal. Se a gente conseguir equacionar bem a questão fiscal, o restante, na prática, já vai ter", afirmou Alckmin.

Questionado sobre a escalada de preços dos combustíveis, ele defendeu que se busque uma alternativa para atenuar a grande variação cambial, desde que não haja aumento de impostos.

"Este é um grande problema porque preço de petróleo chegou a US$ 30 e a US$ 130. Então, qual o caminho para você evitar um pouco oscilações tão grandes? Um dos caminhos é na Cide, quando você tem um aumento forte, você pode reduzir. Você tem uma espécie de um colchão. Acontece que a Cide ficou só 1%, o colchão está pequeno. Teria que pensar aí em substituir outros tributos para ter um colchão maior. Não aumentar a carga tributária. Isso não há hipótese", disse Geraldo Alckmin.

BOLSONARO

Em entrevista, Alckmin rebateu uma manifestação do deputado Jair Bolsonaro (PSL), seu adversário na disputa presidencial.

No Twitter, Bolsonaro disse que o tucano o rotulou de atrasado por causa de seus votos no passado.

"Um dos votos que mais me orgulha foi o contra a reeleição de FHC. Não aceitei a propina do seu partido PSDB. Concluo, Sr Alckmin, estou aguardando alguém da sua laia me chamar de corrupto", escreveu Bolsonaro.

Alckmin disse que seu adversário não sabe receber críticas.

"Se ele recebeu alguma proposta, tinha o dever de ter denunciado. Que memória seletiva é esta que, depois de 30 anos, lembra? Não sabe receber críticas, esta que é a verdade", afirmou o tucano.

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