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Com críticas a tucanos, PSOL lança pré-candidata ao governo de São Paulo

Lisete Arelaro se diz 'animadinha' para as eleições e afirma querer ver Geraldo Alckmin preso

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São Paulo

Ao ser lançada como pré-candidata do PSOL ao governo de São Paulo neste sábado (19), a educadora Lisete Arelaro, 72 não poupou críticas ao ex-governador Geraldo Alckmin (PSDB), pré-candidato tucano ao Planalto.  

“Espero que a polícia seja tão hábil e ágil que no dia 2 de janeiro prenda o Alckmin. Aliás, poderia prender hoje, porque já perdeu o foro privilegiado”, declarou, referindo-se à suspeita de caixa dois nas campanhas do tucano em 2010 e 2014.

Segundo a última pesquisa Datafolha, Lisete têm 1% das intenções de voto. Ela tem viajado pelo estado com a meta de “subir uns pontinhos na pesquisa até a vitória” e se diz “animadinha para as eleições”. 

Única candidata mulher ao governo paulista, Lisete —que é professora da Faculdade de Educação da USP e leciona há 50 anos— disse que sua prioridade será a “reconstrução das políticas públicas no estado de São Paulo depois de 24 anos de PSDB”.

“A educação pública estatal está a míngua e a cada dia ela piora de forma propositada. É importante lembrarmos desta questão: para um governo neoliberal não pode existir nenhum equipamento público que tenha qualidade, porque os serviços públicos têm que ser mercadoria, porque têm preço e por isso devem ser privatizadas”, afirmou.

O vice na chapa, o geógrafo e professor Maurício Costa, afirmou que “uma coalizão do tucanistão quer que acreditem que o partido não pode ser derrotado” no estado e fez menção à derrota do ex-prefeito João Doria na reforma da previdência dos servidores municipais e à reintegração pela Justiça de metroviários demitidos por Alckmin.

O presidenciável do PSOL, Guilherme Boulos, disse que o maior desafio de Lisete será desmistificar a chamada “boa gestão tucana”, elencando uma lista de escândalos que envolvem o partido.

“Você vai poder dizer que boa gestão não é roubar dinheiro do Rodoanel. Boa gestão não faz máfia para desviar dinheiro do metrô. Boa gestão não faz a polícia que mata no país. O desafio em São Paulo será quebrar essa hegemonia política e ideológica que o PSDB estabeleceu”, disse.

Já a deputada federal Luiza Erundina foi aplaudida de pé pelos militantes que lotaram o auditório de um hotel no centro de São Paulo ao dizer que cada voto que o PSOL receber nestas eleições será para vingar Marielle Franco, vereadora do partido assassinada no Rio de Janeiro em março.

Erundina também afirmou “sentir cheiro de vitória”, fazendo uma referência à própria eleição à prefeitura da cidade há 30 anos, na qual era tida como “um cachorro morto” na disputa, mas acabou vencendo Paulo Maluf e José Serra.

Assim como para a pré-candidatura de Boulos, o PSOL também fará arrecadação na internet para financiar a campanha de Lisete.

PAULO FREIRE

O evento também foi marcado por uma homenagem e inúmeras menções ao educador Paulo Freire. A escolha, segundo Lisete —que trabalhou com o educador, foi criticar a tentativa de “despolitização do ato pedagógico”.

“Paulo Freire acreditaria, sem dúvida, que uma escola pública de qualidade social, que tivesse de fato uma gestão democrática, em que a origem dos alunos fosse respeitada, formaria muitos e muitas Marielles”, afirmou.

A metodologia Paulo Freire é criticada publicamente pelo ex-prefeito de São Paulo João Doria, a quem a professora da Faculdade de Educação da USP rebateu.

“Doria não tem moral nem legitimidade para dizer que existe ideologia freiriana nas escolas. Se existisse, a primeira consequência, talvez, seria que os pais não teriam votado nele e hoje está muito claro como se enganaram”, afirmou.

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