Em estreia de campanha no MA, Alckmin diz que quer ser governador do Nordeste

O tucano minimizou seu desempenho em pesquisas de intenção de voto no estado

O pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin
O pré-candidato tucano à Presidência, Geraldo Alckmin - Adriano Machado - 25.abr.18/Reuters
Thais Bilenky
São Luís

Na primeira viagem ao Nordeste desde que deixou o governo paulista, o pré-candidato a presidente Geraldo Alckmin (PSDB) se confundiu ao falar de sua imagem na região.

“Eu quero ser entendido como o governador do desenvolvimento. Portanto, do Nordeste”, afirmou o presidenciável nesta sexta-feira (4) instantes depois de pousar no aeroporto de São Luís, capital do Maranhão.

Em entrevista a veículos de comunicação locais, o tucano minimizou seu desempenho em pesquisas de intenção de voto no estado, onde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) lidera com folga.

“A tendência da eleição é de crescer e eleição não é em maio, é em outubro. Precisa crescer na hora certa. Não adianta crescer e depois diminuir”, disse fincando o indicador na mesa.

Vamos crescer falando a verdade, trazendo o melhor projeto para o país.”

A crítica que fez ao PT se restringiu ao plano econômico. Afirmou que “o resultado do descalabro do governo do PT taí: 13,7 milhões de desempregados, que estão procurando emprego, e 10 milhões no desalento”. 

“Esse foi o resultado de uma grande irresponsabilidade fiscal”, disse pausando as primeiras sílabas, como costuma fazer.

“O concorrente você não escolhe. Quem for o candidato do PT nós vamos disputar. Eu já disputei com o Lula em 2006, só que o Lula era o presidente da República, o PT estava com tudo. Nem sei se Lula vai ser candidato, mas, mesmo que seja, é um outro momento.”

Na única unidade da federação em que mais da metade (52%) da população viveu em situação de pobreza em 2016, segundo pesquisa do IBGE de dezembro, Alckmin prometeu melhorar a vida da população.

“A nossa meta é dobrar a renda do brasileiro. Vamos definir em quantos anos”, prometeu.

Com uma economia agrícola dependente da máquina pública, o PIB do Maranhão despencou 8% no acumulado de 2015 e 2016, de acordo com dados do governo maranhense. A extrema pobreza avançou em quase 2% nos últimos três anos, como no restante do Nordeste.

Antes de se dirigir a um debate com universitários, Alckmin mostrou otimismo.

“Um dos estados com maior potencial é o Maranhão. Quero antecipar o nosso compromisso com a industrialização. O estado tem um porto com o melhor calado do Brasil, perto do Norte do mundo, [vantajoso] para exportação, e ferrovia e matéria-prima extremamente relevantes”, notou.

REVIRAVOLTA

Para recebê-lo, entre outros tucanos, estava o deputado recém-filiado ao PSDB Waldir Maranhão, famoso pela manobra desastrada para anular o impeachment de Dilma Rousseff (PT) na Câmara.

Dizendo que “a esquerda lhe negou a possibilidade” de disputar o Senado, Maranhão explicou a mudança de lado confiando: “O Brasil acompanha a minha conduta política”. 

E concluiu, “política é desafio”.

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