O ex-ministro José Dirceu deixou o prédio onde estava, no setor Sudoeste, em Brasília, pouco antes das 14h desta sexta-feira (18) e se entregou às autoridades.
Saiu do edifício um carro prateado com um homem no banco de trás que cobriu a cabeça com um pano para não ser fotografado. Minutos depois, o veículo de seu advogado também deixou a garagem do edifício.
O ex-ministro passou pelo Instituto Médico-Legal (IML) de Brasília e seguiu direto para o Complexo Penitenciário da Papuda.
De acordo com a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, Dirceu foi levado para o bloco 5 do Centro de Detenção Provisória da Papuda, o mesmo onde está preso o ex-ministro Geddel Vieira Lima.
O órgão de segurança explicou que o bloco 5 reúne ex-policiais, idosos, políticos e presos com formação superior.
José Dirceu foi colocado em uma cela coletiva, com tamanho aproximado de 30 metros quadrados. O local tem camas do tipo beliche, chuveiro e vaso sanitário.
A secretaria ressaltou que, assim como os outros detentos do sistema prisional, Dirceu terá direito a quatro refeições diárias –café da manhã, almoço, jantar e lanche noturno– e duas horas de banho de sol por dia.
Na quinta-feira (17), a 13ª Vara Federal expediu mandado de prisão contra Dirceu, depois que ele teve recurso negado no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que se manifestou a favor da execução provisória da pena.
Em setembro de 2017, Dirceu teve sua pena aumentada na segunda instância para 30 anos e nove meses por corrupção, lavagem de dinheiro e associação criminosa.
O petista chegou a ser preso preventivamente em agosto de 2015, mas teve habeas corpus concedido pelo STF em maio de 2017. Caberá à 12ª Vara de Execução Penal julgar se o período em preventiva servirá para redução da pena.
Pela manhã, o deputado distrital Chico Vigilante (PT-DF), que é amigo do petista, disse que ele iria cumprir a decisão judicial que determinou sua prisão e se entregaria à PF antes do prazo final, marcado para as 17 horas desta sexta.
ENTENDA O CASO
O Ministério Público acusa José Dirceu de ter recebido R$ 12 milhões em propinas da empreiteira Engevix, por meio de contratos superfaturados com a diretoria de Serviços da Petrobras. As propinas, segundo a acusação, foram repassadas, principalmente, com a intermediação do operador Milton Pascowitch e sua empresa Jamp
ago 2015 - O juiz Sergio Moro manda prender preventivamente o ex-ministro José Dirceu com a deflagração da 17ª fase da Lava Jato, denominada Pixuleco
junho 2016 - Moro condena Dirceu pela primeira vez, a 20 anos e 10 meses de prisão, pelos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa*
março 2017 - Moro condena Dirceu pela segunda vez, a 11 anos e três meses de prisão, por corrupção e lavagem de dinheiro
mai 2017 - STF concede habeas corpus e liberta José Dirceu, permitindo que ele aguarde o julgamento dos recursos em liberdade
setembro 2017 - O TRF-4 confirma a primeira condenação de Dirceu e eleva a pena para 30 anos e nove meses de prisão
novembro 2017 - TRF-4 nega embargos de declaração interpostos pela defesa de Dirceu
abril 2018 - TRF-4 julgou embargos infringentes de Dirceu e manteve a condenação do ex-ministro
maio 2018 - Dirceu tem o último recurso negado e a 13ª Vara Federal determina a prisão do ex-ministro
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